22 de outubro de 2017

Carma - Suzette Rizzo


Contra a parede,
olhos apertados tamanho medo.
Nas minhas costas,
apontando uma arma a vida.
No meu sono a alma
engolindo o amanhã.
Hoje não tem poema,
amanhã também não.
Asfixiada, não entra o sopro
da inspiração.
Tento abrir os olhos,
entender que estou só 
e que minha imaginação
desordena pensamentos.
E mãos grandes e ásperas
esbarram meu rosto
confirmando o carma gosmento.

August 29, 2007



Lesões - Suzette Rizzo




Nem o vozerio identificável
na minha cabeça
expulsa os traumas maduros,
deleta as setas
ou me livra destes venenos
que o mundo me fez ingerir.
Não cessam de gritar tormentos,
nem se deixam escoar no tempo,
nem os sinto fugir.
Neste deserto de mim
mora o eco de um berro
que eu berro sem voz
ou consolo de afins.
Ouça destino cruel!
Há fogo no interior do meu céu,
inflamando-me sim!

Suzette Rizzo - July 8, 2012


Comparações - Suzette Rizzo


Posso compará-lo a uma linda flor!
Enfeita minha vida, perfuma a casa,
colore meus olhos dos seus
e, seus beijos úmidos,
como as gotículas pós chuva de verão
nas folhas verdes,
iluminam tanto meu poema-emoção.

Posso compará-lo a um jardim
porque estou caminhando entre belezas
da sua alma
e essa alma, possui o dom do saber querer
e esse querer de tão suave, acalma.

Posso compará-lo a criação divina
que o fez assim perfeito, meu eleito,
por tamanha espontaneidade exclusiva.

Além do mais, abriu no mar da má sina, 
imensa avenida florida, onde caminhamos 
ouvindo a melodia... de palavras tranquilas.
Suzette Rizzo - May 25, 2006





Contaminação no bom sentido - Suzette Rizzo


Escrevo porque escrevo e não me importo,
sejam meus versos para alguns, tolices.
Escrevo porque palavras fazem mal
atravessadas
e nem a tosse expele o pó da estrada.
Escrevo para cantar o amor, a dor de amar,
ou imensa raiva,
por vezes  expulsar em versos a tristeza do mundo cão,
deste meu reles chão...
E me transformo até em meu próprio tira manchas
e sem  qualquer  pretensão  de ser Cecília Meireles
ou Chico Buarque de Yolanda.
realmente eu gostaria,
de poder contaminar de poesia... 
A alma humana.

Friday, June 15, 2012





Carne fraca - Suzette Rizzo


Por favor, me encontre por ai,
para eu poder soluçar
esta saudade que não sai,
conseguir enfim sepultar
a última agonia
e depois voltar pra casa,
mais leve desta derrota
que simplesmente mata.

Por favor, por favor,
faz cinema,
livro de você,
novela de TV...
vai cantar, dançar
ou então, vai de vez ser gay.
Para eu poder existir
nesta roupa de carne fraca,
sem tanta tentação
de querer confiscar
muito mais quem sabe...
desse físico teu. 
Suzette Rizzo -December 01, 1998




O Autista (Uma jornada de amor) - (Sávio Assad)





Vivo num mundo que você não compreende
Vejo muitas coisas que gostaria que visse
Amo, amo muito, tudo que alcanço neste universo
Universo único e fantástico.

Mas para que você quer compreender ,meu mundo?
Nunca verá o que eu vejo
Amarás sim, mas... o comum
Esse mundo é meu.
 Por relance te vejo a minha frente
Te desconheço, não quero te ver
O meu mundo é mais bonito
Mas introspectivo.

Vivo nas estrelas, neste céu imenso
As vezes, numa estrela cadente, chego a você
Mas volto correndo
Não adianta me chamar.

Meu mundo gira mais que o seu
Meu mundo tem mais brilho que o seu
Por isso não quero sair dele
Me deixe aqui.

Eu vim lhe mostrar isso tudo
Mas você não me entende
Você vê seu mundo como o certo
Por isso volto mais cedo para o meu.

Me perdoe, por não conseguir
Fazer você me entender
Me perdoe, por meu regresso
Mas tentarei em outras casas
E em outros lugares,
Fazer com que me compreendam.

Me perdoe, já que a minha família
não me entende, e eu
Mais uma vez, não consegui te mostrar o meu mundo
Tentarei voltar em outro lugar
Para completar minha jornada de amor.
Sávio Assad -25/09/2005



12 - Fevereiro - 2009 - Suzette Rizzo


De repente,
percebo a minha fragilidade
e a total covardia perante a vida.
Um medo intenso percorre meu corpo,
gela as mãos, a alma sem sorte
e me faz correr ao portão,
como se lá na calçada
não houvesse morte.
Estou agora atravessando outra vez agorafobia...
De repente tenho todas as doenças
e sinto todos os pavores.
Estou encolhida de Deus,
temerosa da Sua vontade
muito só com minhas dores.
***
(Aos poucos, foram-se meus azuis
mas as sombras de mim ficaram
vagando ao redor desta cruz)
Suzette Rizzo
12 fevereiro 2009


(A agorafobia  se trata de um distúrbio de ansiedade  associado  ao pânico ou sequela de crises de pânico. Comportamento acontecido em lugares e situações onde o escape seria difícil ou embaraçoso no caso de uma crise).




A outra face do cotidiano - Suzette Rizzo




O cotidiano abre feridas 
nos olhos da alma,
nas horas da vida
e, impossível é não vive-lo.
O cotidiano é um jardim da infância,
os olhos prontos as descobertas...
Quem não for sensível demais,
passa de ano,
quem for, estaciona
por medo de enxergar
coisas concretas.

Amanheço, temendo abrir os olhos
para o mundo...
Desviando-os para o alto,
procurando o sol, a natureza,
fechando-os às criaturas,
aos vizinhos quintais
das asperezas...
por que o cotidiano espanta,
trás más surpresas.

Por isso, minha alma calejada,
se ouvir um gemido de bicho ferido,
faz-me correr para salva-lo...
mas se ouvir um grito humano,
passo a salvação às  mãos de outrem
e tapo os ouvidos para não escuta-lo.

O cotidiano mostra a vida como é...
tira máscaras, arranca expressões,
desilude o coração, mata ilusões...
E eu descobri o quanto dói
andar pelas mesmas ruas
e, notar nas mesmas caras simpáticas,
almas sarcásticas,
sorrindo mentiras da alma suja. 
Suzette Rizzo - 2004






A luz do saber ser - Suzette Rizzo

De que adianta ser sombra
e deixar rastros escuros
pelo caminho?
Quem seguirá?
Outras sombras obviamente.
A negrura nada acrescentará
 a este destino.

Prefiro iluminar
através de bom assunto,
prefiro tentar ser alguém,
estar entre cultos de espírito,
entre cultos em tudo.
É da cultura que a mente cresce
e dela, nasce o futuro.

A memória me trai, que pena!
Não consigo liberar o sabido
nos tantos livros lidos

Ainda assim, prefiro saber hoje
mesmo que esqueça amanhã.
Essa luz levarei comigo. 
Suzette Rizzo









Guns n' Roses - Civil War


GUERRA CIVIL

"O que temos aqui é uma falha na comunicação
Alguns homens você simplesmente não consegue alcançar
Então você tem o que tivemos aqui semana passada
Que é como ele quer, bem, então ele consegue
E eu não gosto disto mais do que vocês, homens"

Veja seu jovem lutando
Veja sua mulher chorando
Veja seu jovem morrendo
Da maneira que sempre foi antes

Veja o ódio que estamos criando
Veja o medo que estamos alimentando
Veja as vidas que estamos guiando
Da maneira que sempre foi antes

Minhas mãos estão atadas
Os bilhões passam de um lado para outro
E a guerra continua com o orgulho das mentes alienadas
Pelo amor de Deus e dos nossos direitos humanos

E todas essas coisas são deixadas de lado
Por mãos sangrentas, o tempo não pode negar
E que são levadas embora pelo seu genocídio
E a história esconde as mentiras de nossas guerras civis

Você vestiu uma braçadeira preta
Quando eles atiraram no homem
Que disse que a paz poderia durar para sempre?
E nas minhas primeiras memórias
Eles atiraram em Kennedy
Eu eu fiquei paralisado quando aprendi a ver

Então eu nunca acreditei na mentira sobre o Vietnã
Temos os monumentos em Washington para nos lembrar
Que você não pode acreditar na liberdade
Quando ela não está em suas mãos
Quando todo mundo está lutando
Pela sua terra prometida

E eu não preciso de sua guerra civil
Ela alimenta os ricos enquanto enterra os pobres
Você tem fome de poder, vendendo soldados
Em um mercado humano, não é uma carne fresca?
Eu não preciso de sua guerra civil
Não, não, não, não

Veja os sapatos que você calçando
Veja o sangue que estamos derramando
Veja o mundo que estamos matando
Da maneira que sempre foi antes

Veja a dúvida em que temos engolido
Veja os líderes que temos seguido
Veja as mentiras que engolimos
E eu não quero mais ouvir nada

Minhas mãos estão atadas
Por tudo o que vi, mudei meus pensamentos 
Mas a guerra continua a medida que os anos passam
Sem amor a Deus ou aos direitos humanos

Porque todos estes sonhos são deixados de lado
Pelas mãos sangrentas dos hipnotizados
Que carregam a cruz do homicídio
E a história carrega as cicatrizes de nossas guerras civis

(Nós fazemos uma aniquilação seletiva
De prefeitos e oficiais de governo
Por exemplo, para criar um vazio
Depois preenchemos o vazio
Enquanto a guerra popular, segue)

E eu não preciso de sua guerra "civil"
Ela alimenta os ricos enquanto enterra os pobres
Sua fome de poder, vendendo soldados
Em um mercado humano, (não é uma carne fresca)?
Eu não preciso de sua guerra civil
Não, não, não, não, não, não, não, não, não, não

Eu não preciso de sua guerra civil
Eu não preciso de sua guerra civil
Você tem fome de poder, vendendo soldados
Em um mercado humano, não é uma carne fresca?
Eu não preciso de sua guerra civil
Não, não, não, não, não, não, não, não, oh não, oh não

Eu não preciso da sua guerra civil
Eu não preciso de mais uma guerra
Não, não, não, não, oh não, oh não


O que há de tão civil na guerra, de qualquer maneira?
Guns n' Roses