18 de maio de 2017

O nascer da poesia

É verdade...
Poesia brota da alegria
da tristeza,
da indignação,
de qualquer mísero pingo
da alma correnteza.
Estranho, mas brota da incerteza,
do medo,
da carência e solidão.
Da janela aberta para a  feiura do outono
ou à luz do sol de verão.

É verdade...
Poesia nasce do grito de agonia,
da ansiedade, do desejo, da euforia...
na noite descabelada
de uma crise-depressão.
Nunca foi somente flores, amores,
incríveis paixões
e nunca, apenas as tormentas
das grandes desilusões.

Poesia é torrente de palavras
encaixe de versos ou não.
Poesia, simplesmente é.
Não importa como escritos
esses sentimentos crepitantes
ou nascidos nas baixas marés.

Poesia é experiência da alma
cantada ao rítmo do coração.
No entanto, o mais importante
é a semelhança ao nascer de estrelas,
rebrilhando o céu das noites
das nossas sensações.

Parece até que os astros surgem
da poesia nascida da mente,
como divino presente
àqueles que sentem.
Mas, não importa como nasce...
Inexplicavelmente nasce,
do dom as vezes instável,
que vai e que vem.
Suzette Rizzo_
June 15, 2007






Dor do amor eterno

Dói mais que dor no estomago
de involuntário jejum,
esse amor que judia incomum,
arrasa por fora, rasga por dentro,
igual ferimento algum.

Esta saudade dói mais
que a falta viciada
que solidão de madrugada
e todas as marcas profundas
de constantes apunhaladas.

Dói este amor sem limite
que sinto por mais que evite
e dói feito corte a faca
por cima daquele recente
cuja dor persiste.

Dói dói, destrói lentamente...
como a máquina de moer mói
um dedo em carne viva,
assiduamente.

Suzette Rizzo
July 02, 2010