30 de abril de 2014

Saudade
Suzette Rizzo

Saudade inquebrável, de pedra,
calcada no peito,
só lascada do grito...


Saudade pardacenta,
misturada ao árido deserto
de um poema endurecido.

Saudade tormenta,
de mares agitados...
devoradora desta alma solitária.

Saudade que o sol dilata,
a tarde fareja
e como ácido ferve quando a noite chega

Saudade debulhada,
misturada ao desespero, torturada...
pingando incessante na minha cabeça...
na pedra que não fura ou cambaleia.

Texto: Saudade

Autoria: Suzette Rizzo



COISAS SIMPLES
Suzette Rizzo


Lembro daquele boneco
de olhos expressivos
comprado naquela loja
da rua Álvaro de Farias...
Do Gordo e do Magro de porcelana,
enfeitando a estante...
Da sua paixão por corujas,
dos CDs da Ella Fitzgerald
e Shirley Bassey
nas horas de descanso...
E lembro-me do cachimbo com fumo de maça,
tentativa que não deu certo.

Nada tenho mais.
Vendi aquelas coisas todas interessantes ou não...
Precisei!
Todos os seus livros,
até mesmo os do Cony...
e o pingüim de geladeira,
que brincadeira!
De cara fechei no armário
da cozinha, pra ninguém ver.

São agora lembranças bem guardadas
no pensamento.
De concreto, nem esperança,
nem tempo mais pra esperar.

Suzette Rizzo