ALMA
TRITURADA
Suzette
Rizzo
E
os anos correm
velozes
como um cavalo
solto
no prado.
Nunca
mais pude rir
de
coisa alguma,
tamanhos
foram os
malefícios
a
mim dirigidos...
todos
como um raio!
A
minha poesia é custosa...
a boca
é seca...
e o
mar revolto da
minha
alma,
faz
de tudo que penso
um
cofre fechado a senha,
para
que eu não exponha
este
declínio ferrenha.
Nem
sempre vivi assim,
trancafiada
dentro
da
minha concha,
deixando
tudo escapar
pelas
portas deste destino
que
não posso mudar,
nem
brecar.
Ouço
o mundo gritando
despudores...
assisto
a decrescência de todos
e seguro
nos olhos
a
lua nova...
Para
que meus dias
se
alimentem
da
luz em desova.
Fugiu
a sensação do riso...
e o
que alastra é martírio,
muitas
perdas...
e as
letras, cujos dedos
enrijecem,
para
que eu me perca!
Estou
exausta dos conselhos
teóricos...
Desta
íngreme ladeira
que
me tira o fôlego...
Exausta
da ausência
de melhor poesia...
De
cada tentativa falha...
Da
companhia deste carma .
E a
minha alma empacada,
teimosa
feito mil asnos...
não
desata !