21 de dezembro de 2013

Nada está morto

Nada está morto
Suzette Rizzo

Alimento a alma deste amor
que descarna desejos,
seca outros beijos,
me acalma. 

E nada esqueço
que  tenha vivido,
com esse amor tanto querido,
mesmo tendo ele partido,
pra cumprir amargo carma. 

E nada evapora
na madrugada,
nem o tempo acorda a emoção,
de prosseguir a caminhada
neste plano de ilusão. 


E te dou colo, atenção,
muitas preces
e,  nossa recordação
parece domina,
toda e qualquer sensação. 

E  mato tua sede
com amor real
afastando-te de todo o mal,
encobrindo com o meu,
teu carente coração. 

Tens gosto de mel e de sal,
amargo-doce
que molha a boca,
apego de igual pra igual. 

E que me importa
se estas morto...
Se rasgo o céu das noites
e em mim te recolho.
                     Suzette Rizzo





ÊXTASE
Suzette Rizzo 

Você é para mim obra de arte, 
figura mística,
profeta das galáxias,
Apolo deste mundo...
É um ser incomum,
dotado de valores incomuns,
descobridor do noturno
às estrelas,
esse poema exótico
que flui dos seus olhos,
após as cachaças com groselha.
            
Você é para mim o chefe
dos deuses,
musas e assexuados anjos
e é nada mais, nada menos
que o sol da terra,
o vento Equador
e, decididamente,
o mais lindo arcanjo;

Quando sorri ares menino,
sussurra em meu ouvido
espalhando poções de amor.

Suzette Rizzo




Do céu de Goiás
Suzette Rizzo

Despencou uma a uma, todas as estrelas
do céu de Goiás, 
na noite em que o mundo abocanhou
meu sonho esperado de paz. 

Desabaram como fossem  de fogo,
queimando-me as esperanças,
arraigando vinganças
de tudo
na vida estranha  

Tanta estrada...  tanta pressa
pra cair na piscina depois do café,
suprir tantos anos rezados
com fé... 

E depois, voltar depressa,
cair feio do sonho, do ninho,
sentindo os trancos da estrada
e da vida,
tão duramente escalada... 

E a alma ? Tombada ...
Entre as pedras do caminho. 

Suzette Rizzo