28 de fevereiro de 2014

Castelos Destroçados 
Suzette Rizzo 

Castelos!
Imensos, medievais,
enfeitando regiões da Europa...
Cercados de  florestas encantadas,
todos em meus sonhos de menina.

Depois, castelos simbólicos
dos desejos especiais,



distantes das possibilidades...
E castelos de areia, desconjuntados,
dissolvidos pelas lágrimas:
tristonha mágica!

Castelos!
Com suas torres e escadarias
espiraladas para os céus...
apinhados dos Edens de felicidade,
cujas naves espaciais jamais descobrem
esses mundos abstratos,
escondidos por trás das garras solares,
sei lá!

Castelos de pedras maciças,
sobrepostas
tal qual as ruínas druidas...
Pseudo-sensações, pseudo-ilusões...
interjeições inseridas apenas,
nas minhas implosões interiores.

Sonhos de vento, levados para longe,
como folhas desvinculadas
das macieiras dos pecadores.

Partes de obra inacabada,
interrompida bruscamente.
Solidez de desejos doentes,
dificuldade de conquista,
e aí sim,
talvez o Castelo das Luzes,
das almas rebocadas sem mais cruzes.

Tantos castelos
isolando minhas débeis
partículas
na masmorra da masmorra,
onde estou trancafiada 
em completo abandono,
e, no entanto;
Inatingível  quanto à alma,
que ainda mendiga sonhos.

Suzette Rizzo


QUANDO
Suzette Rizzo

Quando a fome dói
e o desamparo veste-se de caos,
o morro da noite  despenca
sobre um futuro paraplégico...
Os dias se estancam
e o que vaza,
penetra a fenda e escapa .


Quando a saudade
de coisa alguma,
tenta cavar uma brecha,
achar um escape,
e nada acontece...
A cabeça queima
e o sonho falece .


Quando a vida mata a ilusão,
pois ela mesma não se sustenta,
nem o vento carrega a magoa,
nem a musica acalma a alma...
Ninguém quer, ninguém alenta .


Quando bate a solidão
que isola o corpo dos outros
e os olhos gritam
vazios da essência,
de nada vale o calor do sol,
de nada vale a existência !

Suzette Rizzo
CAOS INTERIOR
Suzette Rizzo

Inspiração escassa... 
Intuição quase nada... 
motivação nenhuma! 

Estou recheada de tristezas...
Um amontoado
de histórias ácidas, ásperas,
esgotando a alma! 

Pobre essência!
Apiedo-me dela, assim 
entupida de estragos... 
vestida de vida esgotada... 
olheiras arroxeadas e nenhuma 
fase calma ! 

E se um anjo não soprar lilases...
e se um santo não me ouvir as preces,
o que sou enverga, tomba, falece
como um galho pesado, 
folha velha que desaba... 
ou feito inverno que não floresce!  

Mesmo assim, me abraço,  
entregando a alma a ideais longínquos... 
imaginando levitações suaves; 
tentando alcançar otimismos.  

Que Jamais depositam suas asas  
em meus ombros, 
permitindo-me voar à leves sonhos! 
Suzette Rizzo