Castelos Destroçados 
Suzette Rizzo 
Castelos!
Imensos, medievais,
enfeitando regiões
da Europa...
Cercados de 
florestas encantadas,
todos em meus
sonhos de menina.
Depois, castelos
simbólicos
dos desejos
especiais,
distantes das
possibilidades...
E castelos de
areia, desconjuntados,
dissolvidos pelas
lágrimas:
tristonha mágica!
Castelos!
Com suas torres e
escadarias 
espiraladas para os
céus...
apinhados dos Edens de felicidade,
cujas naves
espaciais jamais descobrem 
esses mundos
abstratos,
escondidos por trás
das garras solares,
sei lá!
Castelos de pedras
maciças, 
sobrepostas
tal qual as ruínas
druidas...
Pseudo-sensações,
pseudo-ilusões...
interjeições
inseridas apenas,
nas minhas
implosões interiores.
Sonhos de vento,
levados para longe,
como folhas
desvinculadas 
das macieiras dos
pecadores.
Partes de obra
inacabada, 
interrompida
bruscamente.
Solidez de desejos
doentes, 
dificuldade de
conquista,
e aí sim, 
talvez o Castelo
das Luzes,
das almas rebocadas
sem mais cruzes.
Tantos castelos 
isolando
minhas débeis 
partículas 
na masmorra da
masmorra,
onde estou
trancafiada 
em completo
abandono,
e, no entanto; 
Inatingível 
quanto à alma,
que ainda mendiga
sonhos.
Suzette Rizzo
