31 de janeiro de 2015

Velho poema triste


VELHO POEMA TRISTE
Suzette Rizzo   
 
           
Nada mais!
Estão opacas aquelas emoções
gosto algodão doce,
presente de Natal,
matinê domingueira,
perfume misto brisa
e creme dental.


Contigo, voltava o tempo
e adolescência,
mansamente...
assim fixa em teu olhar
de folhas úmidas
e o sorriso manhã verão
que me abria o peito
à paixão única !

Acabou...
Mas, não porque  assim
o quiséssemos...
simplesmente por obra
dos carmas
que não soubemos
interromper.

Simplesmente,
para que eu vivesse
o despertar de um sonho
e morresse
ao te ver morrer.

Talvez, para que
a mutualidade de tudo, 
hoje nos complete...
Talvez, para que
tuas asas se abram, me abracem
e quem sabe recebas,
o calor imenso do meu amor...

Como a tua luz
que  aquece em sonhos,
esta vida que apenas é,
porque o anjo em ti me protege



Auge das coisas



Auge das coisas
Suzette Rizzo

Cheguei ao ápice da saudade,
da depressão,
das coisas tão chatas da vida,
das desilusões.
Amei até o ápice do amor,
calei-me até o ápice do silêncio,
fantasiei-me de algo que não sou.
Atingi a pouco
 o ápice melancólico do pássaro,
que viu a porta da gaiola aberta
e de medo não voou.

                     October 14, 2012

É assim...


 »- (¯`v'¯) -» [E ASSIM ....] »- (¯`v'¯) -» 
Suzette Rizzo

Se os olhos secarem
a poesia também secará.
Os olhos necessitam de brilho
ou de lágrimas.
Meio termo, nada se escreve,
nenhum poema acontece.
É assim,
como fonte sem água
Se a alegria gesta
o coração floresce,
a dor abraça
o olhar enternece.
É assim que o poeta se inspira:
No riso do encantamento
ou nas dores da vida
Não existe outro caminho.

Só assim o poeta cresce.

Basta


BASTA....
Não quero mais)
Suzette Rizzo 

Destrói por dentro uma única palavra
e as vezes um olhar estrangula, sufoca...
Ouvi muitas a mim direcionadas
e sem qualquer sutileza
senti o corte daquelas iris
nas minhas mais tristes horas.

Palavras maldosas
coroaram minha alma de espinhos..
E os olhares, conheci um por um, os maus,
completados com o riso da boca, no cantinho.

Sofri por dentro, bem no fundo,
além do estômago vazio,
além da cabeça que doía,
além das lembranças doloridas,
além do meu exílio.


Segui aos trancos,
pedindo aos céus uma força
que eu não tinha...
Mas segui, cambaleante, aterrorizada,
sem qualquer esperança de futuro,
esmagada como erva daninha.

O tempo rodou e o vento arrastou
fases engasgadas... 
Pena tenha deixado traumas, 
rastros e pegadas,
que a noite meus sonhos seguem
enquanto o corpo agitado inda grita:

Basta !
Dessas recordações grudentas 
deterioradas... 
Apodrecendo os pulmões desta vida.

Apoplexia


Apoplexia
Suzette Rizzo

Guardei pedras,
nuvens densas,
invernos gelados,
cama fria...
Guardei no pensamento, 
negruras e fantasmas
e às vezes me odeio
por ter mantido na memória   
fisionomias caricatas.

Sofri sem anestesia !
Guardei tanta dor!

Preenchi esta alma
 por mais mil vidas futuras,
que por mim recusaria.
Odeio muitos desses rostos
que guardei,
reais  encostos’,causa das fobias,
e da maldita melancolia
que não seca,  
nem implode de vez.

Nem penso em reatar meu cordão,
para voltar um dia...
Não quero nem mesmo 
sangrar a essência  
através da psicografia.

September 14, 2012