12 de julho de 2015

Caminho estreito


Caminho estreito
Suzette Rizzo


Algemada por palavras doces,
melancólica por outras coisas,
assim vou... 
Entregue, perseguida,
enfim, amante toda.
colhendo sonhos dos espinheiros,
vida dos cajueiros,
assim semeio... 



.
Impossibilitada de muito,
enclausurada nesta alma,
porém remendada e refeita,
renovada nessa chama
que me acalma... 
Assim vou!



September 21, 2013





Envergadura



Envergadura
Suzette Rizzo


Quantas cores escuras
tem agora meus sentimentos
e quantos passos em terra árida
dei, dou...
nesta rotina de viver envergada
como um galho,
que o temporal quase quebrou.




O mundo aprontou-me ciladas
e a vida deslocada,
atirou da janela do último andar
esta alma inutilizada...
E não havia mais ninguém,
lá em baixo, na calçada. 

Desorientada, sufoquei-me,
nas cores sombrias...
Desiludida, não reparei
na estrada bifurcada
e nos vultos que perseguiam
meu vulto fantasma...

Falhei sempre...
E continuo sem mesclas de alegria
escrevendo ainda páginas e falhas,
sonhos que me desprezaram
e desprezam-me,
borrando dias e noites
de piche e lágrimas.  









Cauterização




Cauterização
Suzette Rizzo

Tantas decepções
formando uma constelação de
estrelas sangradas...
Tantas mortes, tantas lágrimas,
tanto ardil, engodo, sombras,
palavras manchadas nas ultimas páginas.
Tantos dias quase felizes,
outros tantos desesperados,
tanto namoro, tanto mel,
pra gerar amor frustrado.




E eu quase compreendo
a morbidez e apatia do poeta...
Por isso,
quase me converto em lama,
mas volto à alma deserta.

Suzette Rizzo
Sunday, December 08, 2013