1 de dezembro de 2014

Permissividade


Permissividade
Suzette Rizzo

É preciso arrancar a alma,
salgar a fronha,
mas não permitir a insônia
inventar coisas.
É preciso esmagar um a um
os sentimentos,
até que esse inseto interior
não mais se movimente.
É preciso refrear nomes,
não pensar bulas vencidas,
consentir o entorpecimento
da ilusão da vida
e nunca mais perder tempo
com ego alheio
nem fingir-me permissiva.