3 de janeiro de 2014

Sonhos despertos
Suzette Rizzo

Viajo no pausado da tua voz,
na mansidão do carinho,
nos desatamentos
desses nossos nós.
Viajo por toda noite insone
e te vejo primeiro
recostado na parede.
Nada estranho, pois  te visualizo
e assim mato esta sede.
Viajo  sim,  no abraço
e adormeço no mormaço
dos teus braços,
enroscada em tua ‘rede’!


Friday, January 03, 2014
Exaustão
Suzette Rizzo

Não quero sentir nenhuma dor,
nem mesmo a dor do amor,
por final de amor ou por tanto amar.
Quero viver mudanças
e que o amor seja
nem fragilidade ou fortaleza,
simplesmente seja
uma doce proeza,
a magia do encantar.
Chega de apunhalar-me,
com infortúnios sombrios
que cercaram este ser de farpados.
Não quero não retroceder,
nem que seja memorizar 
a reclusão do vivido.
Basta!!!
De ouvir em alto tom, 
arder-me no fogo do passado.
... me abraça, ta bom?


Friday, January 03, 2014
SONHAR
SEMPRE VALE A PENA
Suzette Rizzo

A década da minha juventude,
já não era tão romântica.
Mas, quanto a mim,
o mar trazia mensagens,
sonhos molhados
e a lua inspirava ternuras
e todas as coisas puras. 

Nesta década de maturidade,
o mar trás saudades
na mansidão das ondas.
E a lua acorda sensibilidades,
desperta desejo de aventuras
deixando-me a alma tonta. 

Porque um poeta não relaxa;
sempre sonha !

Suzette Rizzo


A importância dos meus poemas
Suzette Rizzo

Prossigo meu percurso,
carregando junto ao peito
meus poemas
e, a saudade do tempo
em que catava conchinhas
beira-mar.
É o refresco da alma
esse relembrar.

Incrível, como um pensamento
filho dos sentimentos,
pai das lembranças dos nossos anos,
são tesouros bem guardados,
apesar do lacrimejo tantas vezes
nos papeis amarelados.

Qualquer outro apego
aos meus pertences, não existe.
Nenhum objeto exceto meus escritos
e daqueles que admiro,
mais novos e antigos.
Nada mais importante,
nem que fizesse escavações
e desvendasse mistérios no Egito.

Prossigo por aqui,
entre os altos e baixos da vida...
Num século atribulado
tamanha ganância,
agarrada aos meus poemas
conturbados,
porem gerados das entranhas.

Suzette Rizzo
Dor do amor
Suzette Rizzo

O quarto é pequeno
e a dor tão grande
que preciso a sala
para desafogar o peito
atolado em lágrimas.


Mas sou tão diminuta debaixo do céu,
que por mais que grite loucamente
nenhum anjo me ouvirá.
Nem a estrela minha fada,
nenhum querubim,
levará esta dor de amar.


Continuo a chorar...
Um dia, se ninguém acudir
meu peito secará.
Mas a dor deste amor,
sei não, se passará.
Suzette Rizzo