18 de janeiro de 2015

Desconforto


 


Desconforto
Suzette Rizzo

Gasto os olhos,
gasto a alma,
gasto a vida
(inutilmente)
entre seres nada a ver com meus ideais,
com meus sonhos mortais.
Nesta selva procuro meus iguais
e de bom, com toda franqueza,
encontro o reino animal

e alguns intelectuais
(somente)
Quisera, essa gastura me levasse
a inimagináveis aventuras
e eu, desaguasse então, todas as lutas
e secasse magoas definitivamente.
E fantasiasse entre lantejoulas celestes
o futuro inda latente

Sunday, January 11, 2015  19:38:16

Tédio III


TÉDIO (III)
Suzette Rizzo

Coqueiros balançando ao vento,
maré baixa, maré alta,
ondas grandes e pequenas
e prefiro esse tédio à casa murada
na capital,
onde ontem mesmo roubaram
minha caixinha de cartas.
E quando um moleque grita
na rua silenciosa,
o  coração sai pela boca
exausta de andar fechada...



De resto,  a velha monotonia
das horas solitárias...
Sem ondas pra contar
ou a vista a  se perder
na maré baixa . 


Autora: Suzette Rizzo
Todos os Direitos Reservados

Quem sabe?


Quem sabe?
Suzette Rizzo

Quem sabe um amor
abrace este sonho vazio
de céus estrelados.

Quem sabe um beijo molhado
e eu ame outra vez, como a vida
se deleita com um dia ensolarado

Quem sabe, um poema
aponte na superfície do pensamento,
por ora solitário.

Quem sabe eu me iluda
apesar dos pesares,
quem sabe teu clone surja...

E nesta noite eu te encontre
e me sinta mulher... muito capaz de amar,
nunca mais num futuro imaginário!