9 de janeiro de 2015

Privação


Privação
Suzette Rizzo

Pobre de mim,
que encarno outra criatura
menos infeliz,
para dar aos outros
impressão de felicidade.
Pobre de mim,
poetinha estúpida,
cuja sensibilidade esparrama lágrimas
transformadas em palavras.
Pobre de mim,
sempre enganada,
seguindo caminhos contrários,
pobre criatura irrealizada.


Um dia recuei meus receios
e chorei poemas,
hoje enrolo meu céu e encerro,
meu ultimo tema.


Suzette Rizzo_ November 29, 2013

Pra quê? (II)


Pra quê (II)
Suzette Rizzo

Hora de dormir?
Não tenho hora pra coisa alguma
nem desejos de nada...
Nem do chocolate que me olha sobre o rack,
nem da folha em branco que antes me atiçava.
Dormir, acordar, comer, falar...
não tenho fome de nada.
Estou envolvida por um vazio engolidor


e esta alma afunda em algo sem nome,
sem cheiro, lugar identificado.
Hora de acordar?
Pra quê?
Não quero, não gosto,
chega de viver sempre outra vez,
ano após ano
neste buraco habitante de insanos

Enamorando



Enamorando
Suzette Rizzo


Nasci...
Nesse namoro de palavras doces,
poesia pura com fortaleza de abraço.
Namorava enfim,
retendo olhares que só eu vi,
ouvindo a reprise das frases lindas,
sentindo os gestos, o laço

e a sutileza de um lago perto de mim,
como se eu fosse uma orquídea
brotando para a vida,
ajudada por um querubim.
Nasci em todos os sentidos...
Sob o calor do sol,
energizando a alma mal alimentada
do vital,
reencarnada e desatada do mal.
Nasci, nesse namoro desejado
nos tantos dias enamorados
aguardando a soltura da minha vez.
Não sei de fato o que houve...
Morreu? Talvez!

Suzette Rizzo - October 22, 2013