Sigo em frente...
sou tua costela e a
sombra da Eva
que te pertence.
Te guardo em meus
braços,
te prendo no abraço,
balbucio uma canção
misturada a oração.
E adormeces
pensando nela...
na outra que é cria
do teu novo coração.
Observo teu globo
ocular sob as pálpebras
a dançar mais
apressado,
e sorris meio de
lado,
carregando de vez
meu sono
e o
futuro deletado
para baixo do
colchão.
Meu peito é
furacão,
devastando a vida
inteira
de uma estrada contramão.
Não posso voltar
atrás,
muito mesmo
recomeçar
em qualquer outro
lugar.
Esfarelo-me
lentamente,
misturando-me
a teu corpo de barro
frio.
Serás sempre aquele
Adão,
a minha sempre
metade
e eu já sou o pó
varrido.
Estás limpo da minha
carne,
e cortaste as tuas
unhas,
preparando outro
amanhã.
Suzette Rizzo