28 de dezembro de 2013

Liberando a alma
Suzette Rizzo

Penso em liberar minha alma. 

Que ela voe alem dos horizontes 
e procure um recanto de paz.
Afasto-a de montes gelados
onde eu não estaria jamais.
Mas talvez ela não goste deste calor
não goste das grandes cidades,
nem goste de mar...
Talvez ela goste dos altares
e eu, das palestras espirituais.
Preciso liberar esta alma,
e sempre peço em voz alta
que se vá.
No entanto, nasceu comigo 
e tem caminhado lado a lado
acorrentada a meus problemas,
aos frios das casas vazias,
às noites sensitivas...
Não por querer, mas firo esta alma
todos os dias...
E assim mesmo ela fica, 
enroscada em minha vida

Autora: Suzette Rizzo

SEXTO SENTIDO
Suzette Rizzo

Neutralizou forças...
e a pieguice do ser,
desandou depressão crônica.

Porém, não foi a primeira fase
arrepiante,
nem enjoou mais que outras... 

Contudo, entediou-se das visões
rotineiras...
e quis enxergar a beleza do invisível
de qualquer maneira.

E foi uma invasão de ansiedades...
ramificou-se a expectativa
por todos os cantos... 

E a janela do sexto sentido ,
dilatou-se para além da vida
direto aos encantos. 

Foi então, que num rápido flash,
viu ao lado da cama,
o olhar interrogativo do menino,
que havia sido seu homem querido. 

¨Por que pensar tanto?
Pra quê arrastar-me 
de volta? ¨
Foi o que entendeu...
deixando o anjo amado
_partir de vez_

Suzette Rizzo 
Sagitarianismo
Suzette Rizzo

Formidável seria,
dar-me a chance de um grito único...
Aquele que rasga recordações,
atira longe o coração,
rejuvenesce as feições...
Liberta interiores afogados.



Seria um salto da morte para a vida,
o enxergar pós cegueira absoluta...
A força máxima rebentando amarras...
O esvazio do lixo embolorado...
Da latinha de coca cola
ingerida de vez,
matando a sede secular.


Seria bom esvoaçar desejos...
Voar pra longe deste habitat
massacrador da minha pessoa...
Escancarar meu riso esquecido...
Pular dentro de nova canoa...
Remar sem destino.


Seria honesto escoar verdades...
Lavar impurezas do tempo...
Esgotar-me completamente
do acumulo de reticências...
E deixar-me levar pelo vento
junto à minha consciência.


Seria bom, sentir o gosto
dos bons frutos...
E este enjôo de tudo, escapulido...
Abrindo espaço a razão encarcerada...
E então, vestir-me do branco da paz
e da gloria de ter vencido.


Formidável seria,
viver outra vez um sonho imaturo,
com sabor desconhecido...
Contudo, estes desejos serão eternos, 
a clausura é o real inferno
do meu sagitarianismo.
Suzette Rizzo