"Não se pode criar experiência.É preciso passar por ela."
Albert Camus
15 de abril de 2014
A lei do acaso
Suzette Rizzo
Aquele que é par,
mora num corpo escorregadio,
nos erros do livre arbítrio,
na caixa das provações.
Atrai por vaidade,
seduz com orgulho,
mas, chora a consciência
e todas as culpas,
da fria realidade.
É lua, sombra, sal,
mas veste-se de sol,
enganando assim as almas,
daqueles que enxergam
só visual!
Aquele que é par,
deduzi, veio por acaso
morar na minha intuição.
Depois concluí, teria que vir,
teria que ser e seria,
o ruim da minha lição...
O mal que vem prá trazer
evolução!
Ergui-me da queda
dolorida, intimidada,
mas, capaz de reconhecer;
Que o acaso era lei,
que o efeito era o fato
e nada se colhe,
se Deus não quiser!
Suzette Rizzo
Único amor
Suzette Rizzo
Passou por mim como brisa
e refrescou a aura febril,
depositando em minha boca
o sorriso perdido.
Iluminou, assim como o luar
prateia a rua
feito raios de sol que se alastram
ao despedirem-se da lua...
Então, aqueceu esperanças,
abrindo um novo caminho
para eu prosseguir.
Transformou-se em grande árvore
sombreando meu cansaço,
ninando o insone passado
esquecido de dormir.
Foi o filho pra eu ter cuidados,
afagar, fazer mimos...
e sentir-me simplesmente útil.
E foi pai
para proteger-me do mundo
aconselhar-me com sabedoria
afastar-me das rapinas...
Tornou-se sonho para seguir-me
de modo sutil,
ser par da alma minha.
E foi anjo lindo, doido,
príncipe e amigo,
Apolo e arcanjo,
meu único amor.
Suzette Rizzo _ 30 12 2000
Uma pergunta que rendeu poesia.
Suzette Rizzo
De
certa forma, neste momento,
orgulho-me,
sim !
Não
do ser desastroso que sou,
não
da história que rolou,
mas
da minha poesia.
Nela
solto com detalhes
a
alma enxovalhada,
os
amores ordinários
e
aqueles que são parte
da
poesia inacabada.
Não
que use a poesia
para
emendar meus pedaços,
dedilhe
meus segredos
no
teclado
como
escape.
Sou
mesmo um livro aberto
e
não me importo com comentários
se
choram ou gargalham
a
respeito do que exprimo.
Jamais
reprimo!
Sempre
fui assim:
Apenas
o que sinto!
E é
o livre arbítrio da alma
que
escreve por mim.
Fazer
o quê?
Sou
poeta, sim!
Suzette
Rizzo
AUTOCRÍTICA
Suzette Rizzo
Mudei a marca do cigarro,
do Free para o menta.
Quem
sabe assim o pulmão arrebenta.
Estou
vivendo insuportavelmente,
querendo
que anoiteça,
logo
amanheça,
tempo
integral pra não viver
neste
meu mundo proveta
que
não me deixa nascer.
Sinto-me numa ampola,
num
pote fechado a vácuo...
se
abrirem, explodo e pronto.
Ou
melhor, me sinto
num
espremedor,
pra
ser ainda mais exata
numa
frigideira,
grudada
na borda,
sem
poder espirrar logo pra fora.
E
pensar que um dia
fiz
do amor meu abrigo
e
hoje estou desabrigada, solitária,
azeda
e muito, muito amarga.
Pudera!
Minha
vida tem sido apática,
desprovida
de sensações,
constantemente
magra.
Mudei
a cama de lugar,
baguncei
a papelada
e nem
mesmo assim encontrei
bom
motivo,
que
me mantenha ativada.
Tenho
fumado demais
e
dormido pouco...
uma
ou duas horas por noite.
Meus
músculos estão retesados,
a
garganta viciada da fumaça
e não encontro meu point
nem o
porto ou a barcaça.
Meu blog
virou
diário de flagelado
a mesa
de embriagado...
E poesia, virou esta coisa sem
graça,
demais rimada,
meio que aposentada.
E o
poeta que foi pra Lisboa,
nem
mais enviou e-mails...
Claro!
O AVG
venceu e nem vi,
meu
cão latiu nem ouvi...
estou
assim, na verdade escrevendo,
aquilo
que não ouço nem de mim.
Que a
menta gele tudo isso,
que o
sono venha pra valer.
Chega!
Chega de soluços
rasgando
a noite,
saber
coisas que são açoite
e
chega de escrever asneiras,
ver besteiras
na TV.
Meu
coração poeta virou isso...
Critica racional,
entediante
cansaço de mim...
Alem,
trago na alma o desdenho
de
ter nascido e mulher,
desde
o inicio, no fim.
Suzette Rizzo
Varal do peito
Suzette Rizzo
Saudade encharcada
pescada no rio da essência,
ambas semi afogadas
na enchente de lágrimas.
Saudade ao vento,
pendurada no varal que há no peito,
esvoaçando a falta vital;
Ainda bem
que cada vez mais lento !
Suzette Rizzo
Peso
Suzette Rizzo
Esta mulher que sou,
preenche a cabeça
das coisas que não quero
e mesmo assim relembro.
Seria bom extrair pesadelos
e que eles rolassem degolados
das minhas profundezas.
Porque esta mulher que sou,
necessita extinguir do imo