16 de janeiro de 2018

Ocultação – Suzette Rizzo



Sinto:
Os seres que fui nas entranhas,
o hoje que abocanha,
a morte que agora se assanha,
e o restante é papo chato, furado,
do viver da criança.
Estou mosca de aranha,
teia danificada,
criatura enganada
e o olhar desconfiança
a desviar das lanças...
No fundo, sou apenas poeta do meu rio,
cobertor do meu frio,
traída como Oiá,
guerreira como Iansã.

Suzette Rizzo