15 de setembro de 2015
Ambição
Ambição
Suzette Rizzo
Apenas te queria presente,
fazer-me alívio aos teus
flagelos,
exterminar tuas
inseguranças,
afastar tua solidão.
Ah! Te queria bem perto,
poder extenuar tuas mágoas,
perdoar tuas falhas, apagar teus
medos
realizar teus anseios.
Queria amparar teus passos,
situar em mim teu
espaço,
expulsar tuas tensões,
relaxar teu desgaste.
Queria tornar realizável,
esta carência minha de mimar,
quem enche meus olhos de mar
e mistérios que são abraços.
Queria, como eu queria ser,
quem teu coração escolhe...
Para desequilibradamente,
seguir teu rastro !
Suzette Rizzo
Por favor,
respeitem os direitos autorais
42 graus
42
graus
Suzette
Rizzo
Compreenda
meus sinais,
os
devaneios
e
a fúria desvendada
do
que me coubeste arquivar
sem
que eu quisesse.
Compreenda
a ausência
de
melhores ideais
neste
momento,
o
desânimo que abarca
meus
dias,
a
alma que não te varre.
Analise
os fatos,
não
invente...
Veja-me
também
e
somente esmorecida.
E...
se der,
por
ora decresça comigo,
tente!
May
2, 2014
O Deus que eu queria ter * Paulo Wainberg
O Deus que eu
queria ter
Paulo Wainberg
Ser ateu não é apenas negar a
existência de Deus, é desejar que exista um Deus.
Eu, ateu, agnóstico e iconoclasta,
gostaria muito que existisse um Deus. O Deus que me faria acreditar nele não
estaria cuidando da minha vida o tempo todo. O Deus em que eu poderia acreditar
aceitaria que sou humano, tenho defeitos, pratico más ações e cometo pecados.
O meu Deus não me julgaria por ser o
que sou, porque eu não seria à sua imagem e semelhança.
O meu Deus não seria meu criador
particular nem estaria preocupado com o meu passado, meu presente e meu futuro.
Nem me encheria de culpas, não exigiria meu permanente respeito, fé absoluta,
não me cobraria obediência nem me diria o que é certo e o que é errado.
O Deus em que poderia acreditar não
seria justo nem injusto, não causaria a dor e a alegria, não me proporcionaria
a felicidade nem a tristeza.
Esse Deus em que eu poderia acreditar
não abençoaria meus dias, desde a hora de acordar até a hora de dormir. Também
não julgaria minha humanidade para me reservar o reino dos céus ou me condenar
à penação eterna no inferno.
O Deus possível seria o criador do
Universo e nada mais. Um ser com apenas o poder da criação e não um juiz
permanente, a exibir comportamentos, impor regras e designar destinos.
O meu Deus não careceria de religiões
a louvá-lo, não seria responsável pelas tragédias nem seria operador de
milagres. O Deus que imagino não exige fé, não faz promessas nem ameaças.
O Deus que desejo não é a
representação de Bem nem o oposto do Mal, não é a representação de nada, sua
existência seria apenas um fato da existência com a qual não teria qualquer
vínculo.
O Deus em que eu poderia crer, não me
prometeria vida eterna, nada me prometeria, seria um Deus em si mesmo, que nada
pede e nada espera da sua criação.
O meu Deus não estaria preocupado em
impor dez, vinte, trinta ou mil mandamentos e não diria quais as minhas funções
vitais são legítimas ou não.
Meu Deus não teria vontades a serem
observadas,desígnios a serem cumpridos nem planos misteriosos que, por linhas
tortas, escreveria o certo. Meu Deus nem saberia escrever.
O Deus que poderia me seduzir não
teria um livro a determinar atitudes, a se manifestar por parábolas e a querer
que sua criação seja assim ou assado.
O Deus em quem eu poderia acreditar
é, portanto, uma inexistência
14/11/2012
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