9 de novembro de 2017

Anos depois - Suzette Rizzo






















Estivemos entre os tentáculos do mundo,
cada qual com sua aterradora história,
desvivendo nossas esperanças,
desnudando-nos dos sonhos claros
evaporado aos poucos. 

Pressenti o endurecer
das suas feições
os sonhos desbotando as cores...
e o gritante frio da íntima solidão
penetrar a alma aflita,
cada dia mais sofrida. 

Sei, o espelho refletiu a exaustão
e o coração descompassou temores...
mas, foi preciso enfrentar,
impossível fugir do destino... 

forçoso morrer
para então renascer...
onde as luzes borrifam
a paz do universo!
                                                Suzette Rizzo


O que é? – Suzette Rizzo




Ai! O amor é suavidade
dançando notas musicais
ao final da tarde.
É um cantar de pássaros sonolentos,
quentura do corpo sob a lã do cobertor...
é sonho, poema, oxigênio, torpor.

Ai, o amor é algo sem palavras,
um olhar dentro do olhar hipnótico,
arrepio na alma,
gostosura de sensações,
doce tremor.

Lembro-me ter sentido todas as coisas,
pra lá de boas,
lembro tanto daqueles dias
de sonhar à toa!
                                                     Suzette Rizzo




Seguimento - Suzette Rizzo



Antes o vento suspirava
ecoando melodias em meu silencio,
hoje o silencio traz ventania
e prepara temporal.
E ouço de dentro
a elaboração das futuras horas
tentando expelir da alma o fatal.

As coisas do mundo passeiam e eu corro,
tentando preencher-me de tudo um pouco,
para quando vier de novo...
E mesmo que renasça em marte,
não quero ser uma deserdada de espirito...
Enquanto viva, cá ou lá, aplaudirei as artes.

Nunca fui igual, nem semelhante,
sou uma antítese sempre,
porque penso desde muito antes
quando o vento acarinhava sonhos...
Ou talvez chorasse escombros.

Não quero mais a fase da febrícula do corpo,
nem mais ‘febre de alma’.
Proponho-me a sentir brisa calma, leve...
Mesmo que breve!

Suzette Rizzo - November 5, 2017