4 de setembro de 2014


PALÁCIO SONHO
Suzette Rizzo


As copas das árvores
se fecharam
e vi o rendado verde
de fundo azul do céu.
Caminhei
sob o sombreado
da minha rua...
virando  aos poucos
aquela página
e o cenário enluarado,
que logo seria um sonho,
como hoje é!

Fechei as janelas do
apartamento,
dando adeus
a imensidão noturna
e as constelações
da noite limpa.

Gravei tudo
minuciosamente...
Tranquei
a porta do palácio-sonho
e, hoje, ainda dói lembrar...
Do aniquilamento total,
do ruir de tudo sobre mim...
Fase essa que ousa viver
imortal !


04 08 2004


Imperecível
Suzette Rizzo

Tentei dissecar as entranhas
desta saudade imperecível,
que jamais esmorece
em qualquer situação...
Impossível !

E querendo afastá-la
atirá-la aos confins, revivo-a
e mal reafirmo a necessidade,
volta aqui...
nem minguada ou estressada
em minha emoção !

Esperança... vestígio último,
amor vivo acendendo a alma,
preenchendo pensamentos,
dias, noites e todas as coisas
deste meu mundo,
sem ele, quase parado !

Tento apagá-lo,
matá-lo dos sonhos,
amordaçar a boca que continua
sentindo e sentindo o beijo...
Beijo que não cessa nos pensamentos!

E nada incinera esta saudade...
E nem mesmo agora
que o passado é morto, 
nada se gasta, nem um pouco ! 

Suzette Rizzo_ O9 12 02

Entre amantes

ENTRE AMANTES
Suzette Rizzo

Entre amantes não há muros,
portas trancadas
ou chuvas de inverno.
Apenas o tempo diminuto
correndo maluco
estrada afora. 

O que há são sucessões de
agoras...
oxalá intermináveis,
pensamentos transportáveis
de um ao outro,
versos imutáveis,
sentidos aguçados 

E... infinitamente, estrelas
que se multiplicam,
salpicando de brilho
o templo do olhar,
o ninho de amor,
a sensação de Paraíso !


Suzette Rizzo