Outra história
(II)
Suzette Rizzo
Olhos cravados em
algo
que ninguém via...
Alonguei o olhar no
rosto pensativo
tentando adivinhar
o turbilhão que ele sentia.
Um dia eu soube
a constância daquele
devaneio
e a causa do
desnorteio
visível porém
guardado
na alma e no peito.
Lembrava dos seus cães,
do carinho que não
teve...
Lembrava do dia da
adoção,
depois do frio na
calçada,
de quando botou
o pé na estrada
e sofreu,
sofreu tudo que
agüentou
da vida madrasta.
Conhecer-me não aliviou,
nada aliviava...
somente quanto
postava as mãos,
cerrava os olhos
e agradecia cada grão
que Deus mandava.
Então, adormecia como
fosse leve,
como se nada
preocupasse
como se a vida fosse
breve...
E se foi, com trinta
e sete.