28 de setembro de 2015

Arremate



Arremate
Suzette Rizzo

Enrosco-me nestes versos
que não se desatam
deste pensar funesto.
Agride-me  a sombra do medo
a mostrar da alma o extravio
dos meus segredos.

Não mais os tenho!

Voaram como moscas
pelo vão da janela
e nunca mais vadiaram
ou se multiplicaram
na minha cabeça.





Agora uma linha fina
arremata meus dias
e a poesia já não rompe,
só lateja.




Companhia





Companhia
Suzette Rizzo

Alguém volita em meu quarto
quando a calma deposita
sustentáculos na alma

Alguém resfria o cômodo abafado
e sossega o coração acelerado
dos problemas do meu dia.

Alguém permanece algum tempo
relaxando meus músculos tensos
numa serena alforria




Alguém faz parte da minha vida
clareia o escuro das noites
preenche-me a vida vazia

Alguém vadia em minha cama,
suspira em meu ouvido
e eu... abraço a companhia. 


Suzette Rizzo