20 de janeiro de 2014



 
Espumas do mar
Suzette Rizzo

Na margem,
entoando seus sons,
morrendo na praia,
espumas do mar.
Seu cortejo segue ao sol
ou num raio de luar,
sob o coral das estrelas,
e cânticos do oceano.
As ondas são vivas,
são filhas...
integradas aos quatro reinos
da Divina ilha.
E é nessa família que me banho
e medito sob os astros,
presenteada por este sonho
das vidas que sou e ganho.
Enquanto não me desfaço,
vivo,
observando emocionada,
a Criação
e maravilhas do infinito.
 


Oferta

Suzette Rizzo


Estão suspensos

meus ânimos

e por baixo da pedra atirada,

jazem meus sentimentos.

O corpo está lento

e a mente sofrida arde

das lembranças mal vindas.

E vem você, bem produzido,

olhar de bom samaritano,

medir o entortado prumo,

oferecer cama em chamas

para que eu queime a sobra

e a sola

dos pés sem rumo.



Eu... poeta
Suzette Rizzo


"Eu, poeta de uma geração
que nasceu morta" de poesia,
entregue aos vícios da droga...


agoniada dessa ironia,
nem moro em Porto Alegre,
o berço da competência.


Meus amigos transitaram
espaços inúteis
longe da cultura.




Nem gostam dos meus poemas
e fazem cara de pouco caso
do abraço do meu dom.


Minha geração não sonhava
e não sonha,
carcomeu-se das piores emoções. 


Acostumada a viajar inda viaja:
Nem pensamento nos céus, nem pé no chão:
Lacraram razão e coração.



"Autor da frase:” "Eu, poeta de uma geração
que nasceu morta" “ 
Álvaro Alves de Faria"



Pink Floyd - Comfortably Numb

Caçadora de camaleões
Suzette Rizzo

Pois é...  a fila andou!
E ele escolheu quem lhe apraz.
As vezes a gente senta na beira do caminho
e espera
e quem passa, como eu que só passei, 
apenas passei e fiquei para trás.
Bom que haja caminhos e atalhos...
O xis da questão e a resposta real
está na batida do coração.
Nem no sussurro, nem na sedução.
Mas, quem afirma de fato
é a palma da mão.
E a minha linha da vida 
sempre foi contra mão.


Monday, January 20, 2014
A procura da inspiração
Suzette Rizzo

 

Quero escrever um poema nobre,
que fale de amor verdadeiro,
como a noite sempre inspira
se há brilho de estrelas.
Que ele flua mansamente
como o sangue corre as veias.

Mas não sei onde se esconde 
o anjo cochichador,
aquele que sopra aos meus ouvidos
o principio do meu torpor.
Onde estarão as flores 
que semeou  em minha alma,
os botões que não se abrem
nesta mente vazia?
Por que some? Onde se enfia?

Eu não quero descrever
iniqüidades latentes 
dos problemas atuais,
sobre a farsa das religiões,
o social inexistente.
Sinto-me  pouco a vontade
com  ilusões apagadas,
expor coisas graves
falar das faltas existentes
no meu país,
essa não é minha praia.

Prefiro falar de amor
usar amor em meu tema,
descobrir além Dele onde está
o amor gêmeo, companheiro...
o amor que luta por amor,
aquele que aromatiza
cura e purifica,
se da por inteiro.

Também não quero falar
da materialidade das pessoas
que  justificam erros,
banalizam a arte da vida...
Eu quero um tema limpo
como é o azul do céu,
untar minha inspiração
do suco das folhas da videira
e que de mim nasça o fruto
de um poema que descreva
a alma inteira.

Quero sim lavar tristezas

ser enfim tua herdeira!
Alucinaçoes
Suzette Rizzo

E quem pode inventar felicidade,
riso na boca, sorriso nos olhos!
Quem pode inventar a vida
quando ela se esconde
dentro da noite!
Quem pode inventar o quê
nesses milênios que arrastamos,
se tudo já foi reinventado
se o amor desertou.
Se o sol pudesse me abduzir...
será que pode?
Levar-me esta tarde a mansão das artes,
abraçar essa alma danificada,
deitar em meus olhos as cores do arco Iris,
em meus ouvidos  sons divinais,
descansar entre as folhagens
a beira de um lago...
Aninhar-me em ti
entre suas asas de pássaro raro.
Ah! Invade minha alma, meu sol,
Invade!
Para eu poder reinventar a vida,
desatar meus nós.

September 7, 2013
Ampliando a alma
Suzette Rizzo


Depois de tanto sofrimento,
agora crescida por dentro
sinto o peso de culpas,
que esfareladas enchem sacas
que jamais serão ultimas.

Mesmo depois do crescimento,
remorsos afloram sempre,
mesmo tendo alcançado nuvens,
sabendo-me aprendiz
e a vida que mereci.







Ajoelho-me no chão do quarto,
peço ainda perdão constante
por culpas pequenas...
Mesmo agora, depois de entendê-las,
apenas... culpas terrenas.