18 de dezembro de 2013

Ultimo ato 
(II)
Suzette Rizzo

Não posso forçar rimas
tão pouco inventar versos...
Estou pobre de sentimentos,
de inspiração, desejos
e creio que a poesia dormirá
sob o edredom
até que eu sonhe, quem sabe,
novos beijos...
Fugirei da antiga e fictícia companhia
e da utopia de ser poetiza.
Não observarei a rua deserta,
nem pensarei nas guerras...
Deixo de lamentar o final dos tempos
pois a criatura bem merece
rolar fora da terra.
Expulso de mim a vontade
de escrever saudades...
Cansei de imaginar as vestes 
e a solidão das outras esferas.
Não quero nem mesmo reler 
amontoados de confissões cretinas...
Estou fechando as cortinas
do ultimo ato.