Alma
cármica
Suzette
Rizzo
Sonhei
um caminho forrado de papeis A4,
e
neles,
pensamentos
e poemas lidos, relidos
como
são os passos dados.
Sentia
a alma abraçada a quenturas,
como
se do corpo de cada poema
exalasse
sutil mormaço.
Sonhei
tantas coisas que não li ou escrevi,
cerquei-me
de sábios e poetas queridos
nesse
abraço.
Era
um caminho verdejante,
numa
redoma cristalina,
o
oposto desta vida.
Acordei
entregue a arrumação das gavetas,
entupidas
da papelada de horas e horas
da
inspiração drástica
desta
alma cármica.