22 de junho de 2014

Ajustamento
Suzette Rizzo

Será que Deus reconhece aquele
que distingue culpas?
Talvez eu tenha analisado muito,
amadurecido mais, talvez isso!
Quem sabe a fé que era morta
e reviveu com força total!
Sei apenas, estacionei por aqui
neste lugar sombrio
e meus sonhos criaram asas
Até mesmo esqueci a raiz
dos meus princípios.
Mas, procurei de fato
arrancar do fundo
a coerência das respostas
àqueles questionamentos.
E o exterior então,
não mais me agrediu.
Ouvi a Luz, Mãe da alma,
compreendi a justiça (maior bem)
quando ela retirou a venda
e abraçou minha causa.
Fomes
Suzette Rizzo

Tenho fome de vingança,
apetite de raiva
fome de emoção
anorexia do meu dom.
Tenho fome de amor,
de gente, de abraço,
fome de quem já se foi.
Tenho fome do clarão em minha sala,
da estrela meio Dalva
que brilhava noite adentro.
Tenho fome do bom passado,
dos veraneios,
daquele que era unguento.
Tenho fome de vida, fome de sol,
dos olhos de farol...
 e mais que tudo da paixão fermento,
meu girassol.
Melancolia
(III)
Suzette Rizzo

Tenho notado em mim
um tanto de loucura,
não só na noite alta.
O pensar embaralhado,
incoerências...

coisas que nunca importunaram,
mesmo estando a mente  exausta.
Tenho chorado mais ainda,
até mesmo com minhas poesias...
Falado muito mais quando sozinha,
sido somente mortal
quando recordo meu passado
e me percebo em posição fetal.
Não quero morrer,
mas queria ao acordar,
estar simplesmente ressuscitada;
Com leveza no rosto
e  alma revigorada.


 Sunday, March 04, 2014



Chuva de tristezas
Suzette Rizzo

Não posso permitir
que pedaços de tristeza
se alastrem como formigas
e me devorem a alma detida
Não posso permitir a minha vida
o escancarar das portas
para que a ave que me habita
retorne ao lugar de origem.

Não agora... não agora!

Procuro esquecimento,
um breve relaxamento (que seja)
uma latinha de cerveja,
o sono alheio as horas...
Preciso buscar o riso, a piada,
a maciez da estrada...
Parar o aguaceiro,
de dentro e de fora.