29 de setembro de 2017

Aprendo - Suzette Rizzo


Aprendo a distinguir pessoas,
classifica-las,
banir do coração,
quase todos,
os que fizeram meu ser de tolo.

Mas esta sensação não aplaude 
nem corpo, nem alma,
nem se abre em poemas.
Somente faz deste coração sensível, 
um pobre coitado que mal se aguenta, 
assim vazio de bons temas.

No entanto, as ilusões se afogaram
nas lagoas mesmo rasas,
consequência do amor sem alma.
Agora, a maré de sonhos anda baixa,
a saudade é fraca
e maiores são os danos, dura a causa,
da verdade que se encaixa. 

Suzette Rizzo_ August 07, 2003




O outro lado do amor - Suzette Rizzo

A fome do amor
me fez comer humilhações,
esmolar ilusões,
inchou meus olhos ardidos,
atirou meus rebotalhos
ao sereno das madrugadas...
Tomou conta desta alma
atormentada, enfeitiçada.

A sede de amor
me fez beber do fel das falsas verdades
e dos meus propositais enganos.
Fez-me engolir mentiras
imaginando lógicas explicações...
Fez-me idolatrar um coração de pedra,
como se indiferença fosse carinho
e jeito rude causasse emoção.

As coisas do amor
fizeram da minha alma indigente.
Como um cão sem dono chorando na noite gelada,
sem mãe e sem colo,
sem ninho, esperanças.

As coisas do amor
adoeceram sonhos futuros,
arraigaram-se à minha árvore
apinhada de más lembranças

Aquela cobra venenosa,
feriu mortal,
matando em mim a criança,
a palhaça, a mulher.
Deixou a dor tomar conta,
apagar todas as cores,
murchar todas as flores,
ser o que nenhum outro quer.
 
Autora: Suzette Rizzo 
2004
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Sou assim ( II ) - Suzette Rizzo





Catadora de misticismos,
investigadora do meu íntimo,
amante das minhas explorações,
escrevedora do que sinto.
Não sigo à risca a palavra alheia,
creio em minha consciência,
acho a saída de labirintos,
arco todas as consequências.

Meu pensar não teme os trampolins.
Sou assim, dona de mim!

Suzette Rizzo
May 23, 2017