1 de junho de 2014



Um dia... uma noite
Suzette Rizzo


Um dia,
meu sonho escapuliu,
andou ruas escuras,
atravessou avenidas,
sobrevoou esta cidade Paulista
pousou onde havia vida 
e te encontrou afinal.

Nessa noite fui feliz.
Nessa noite meu sonho acordou
e viveu na superfície da terra
sob as estrelas do céu.
Nessa noite flutuei e entendi,
que a vontade é como abelha
atraída pelo mel.

Nessa noite os sonhos descansaram...
Não precisei deles para voar...
Encontrei o sorriso par do meu.

Nessa noite não andei a esmo,
nem chorei de solidão, não desta vez.
Nessa noite fui ao Éden... viajei nos olhos teus.



VALEU MESMO
Suzette Rizzo


Foi um largo tempo,
numa mesma direção...
Sem notar atalhos
ou querer desvios.
Um longo e estúpido
trajeto,
de equilibrar-me nos trilhos,
pois não era o certo,
em meu delírio de pensar
correto.

Orgulho-me de ser sobrevivente!
Valeu ser justa,
pensar espiritualmente alto.
A consciência adormece
tranqüilamente,
sem sobressaltos.

Vazios
Suzette Rizzo

As arvores estão silenciosas,
o tempo emudeceu meus sonhos
e esconderam-se de frio
todos os pensamentos ! 

Estar observando a vida lá fora,
não é mais como fazer um poema
perto da lareira,
ou simplesmente imaginar
a voz da madrugada,
ecoando a história de tantas almas ! 

Agora, as arvores estão sombrias
e o tempo é tão nebuloso,
que uma lareira aconchegante,
despertaria apenas o desejo do calor
daquele,  
cujo poema precisa arder entre chamas
e deixar de existir ! 

É preciso exterminá-lo de vez !
Da alma, do corpo, do pensamento,
para que ele não me rasgue,
nem me afogue na salmoura
e outra vez... satisfeito do alimento,
simplesmente vire as costas,
limpando a boca !

Suzette Rizzo _November 12, 2000

Nebulosidades