17 de setembro de 2014

Lacuna



Lacuna
Suzette Rizzo 

Agora intocável, invisível,
meu poema irresistível.
O sol queima
mas não entra na sala
nem senta no sofá...
não deita comigo na cama,
nem agita o meu verão.


Meu poema rima agora
dor com dor,
nem mais causa excitação.
Meu poema carcomeu-se
sob a grama
e simplesmente se desfez.
Há tempos deixou de ter
o carisma dos olhos verdes.




Mergulho


Mergulho
Suzette Rizzo 

Mergulho nos capítulos
da vida 
querendo emergir lívida,
lavada de todas as amarguras
porque transbordo-as
e as energias obviamente
extrapolo.

Fiz um pacto comigo
e aprenderei a dizer o que penso,
a desafogar o coração.
como aprendi a não ter mais
medos bobos,
como aprendi a ouvir barulhos
de madrugada
e entende-los naturais

Aprendi aos poucos a embrenhar
os olhos na escuridão,
a enxergar contornos,
a ter amigos espirituais
a pedir socorro as religiões
(sem distinção).

Aprendo a perdoar mais e mais
após certas panes...
E ele,
que hoje habita outro plano
aprende o meu amor
que é grande.

Suzette Rizzo

"O homem nasceu para aprender, aprender tanto quanto a vida lhe permita."

GUIMARÃES ROSA