6 de junho de 2014


Grande mal
Suzette Rizzo


Carência cega os quatro cantos da visão,
machuca...  agita o coração,
desanda sonhos.

Carência não abre mão da companhia,
não aceita ironias.

Arrancam-lhe a alma, aniquilam digitais,
tatuam lágrimas, ares tristonhos,
mas carência prefere tudo
ao vazio medonho.

Carência não busca, se enterra
e assim fica
até que alguém surja.

Carência é estopo
trave no olho,
solidão arrepiante, injuria.

Cuidado moço!
Carência é coisa grave
quando surta.