13 de fevereiro de 2014

DESEJOS INEXPLICÁVEIS
Suzette Rizzo

Queria ter muitos braços para abraçá-lo,
muitas bocas para beijá-lo,
muitos corações em meu peito
para compor a sinfonia deste amor.

Queria mesmo, ter muitas vidas nesta vida,
que renascêssemos a cada término do nosso tempo,
cujo efeito da causa fosse
amor igual a rejuvenescimento.

E como eu queria esvaziar a mente
de outros todos pensamentos,
sustentar a exclusividade,
deste amor que vale à pena.

Queria deitá-lo em minha alma,
acarinhar sua essência,
fundir nosso amor, brilhar nossa luz
sobre aqueles que não amam

e perdem da vida o sublime...
Obstruindo a passagem do aroma das rosas,
espetando-se no resto das coisas
-esvaindo-se-

Suzette Rizzo




Diálogo com Deus
Suzette Rizzo



Colocou-me Deus num imenso espaço vazio
e disse:
-Preencha-o.
-De quê? Perguntei.
-Ora, com seus atos, idéias, palavras, experiências...
respondeu-me.
Imaginando uma imensa redoma estranhei
e Ele entendeu:


-Construa o edifício da sabedoria.
-Retruquei.  
-Não terei forças para construir algo tão grande.
E Ele explicou:
-Se o amor não brotar em seu coração,
não sentirás o espírito que preenche o seu todo. 
O ar é o amor,
os sentimentos brotam e espalham raízes.
Por elas, sentirás a vida.
Questionarás muito. Buscará respostas.
Constrói devagar.
Percebi então, que tinha muito a fazer
e muito a aprender.
E tenho vivido para ser aprovada
no final.

Suzette Rizzo


Privação
Suzette Rizzo

Pobre de mim que encarno outra criatura,
menos infeliz
para ter a impressão de felicidade.
Pobre de mim, poetinha  estúpida,
cuja sensibilidade esparrama lágrimas
transformadas em palavras.





Pobre de mim, sempre enganada,
seguindo caminhos contrários,
pobre criatura irrealizada.
Um dia recuei meus receios
e chorei poemas,
hoje enrolo meu céu e encerro,
meu ultimo tema.

Suzette Rizzo_ November 29, 2013
 De novo
Sagitarianismo (II)
Suzette Rizzo

Nada fácil olhar em volta
e sentir ausência de vida
em tudo aqui...
Nada fácil olhar
para trás
e perceber o tempo perdido...
Reconhecer a conseqüência
do meu erro,
e por causa dele chorar
a alma,
chorar a causa,
chorar o mau destino.

Estou profundamente triste,
querendo ouvir clássicos,
derramar angústias
sobre poemas trágicos,
ajoelhar-me neste chão,
chamar a Deus, 
pedir colo, socorro,
um passe mágico,
capaz de transformar
em sonhos os pesadelos,
eliminar o maldito medo
de tentar novamente viver.

Estou lagarta,
na escuridão do meu
casulo
e desconheço um jeito de ir
para longe,
um jeito de viver em paz...

Admiro aquela borboleta
mesclada beijando a flor
e dançando pelos ares,
liberta em quaisquer espaços,
morando hoje no coração
do meu quintal
e, amanhã,
em outra emoção feliz,
mas...
- sempre free

Suzette Rizzo