20 de janeiro de 2014

A procura da inspiração
Suzette Rizzo

 

Quero escrever um poema nobre,
que fale de amor verdadeiro,
como a noite sempre inspira
se há brilho de estrelas.
Que ele flua mansamente
como o sangue corre as veias.

Mas não sei onde se esconde 
o anjo cochichador,
aquele que sopra aos meus ouvidos
o principio do meu torpor.
Onde estarão as flores 
que semeou  em minha alma,
os botões que não se abrem
nesta mente vazia?
Por que some? Onde se enfia?

Eu não quero descrever
iniqüidades latentes 
dos problemas atuais,
sobre a farsa das religiões,
o social inexistente.
Sinto-me  pouco a vontade
com  ilusões apagadas,
expor coisas graves
falar das faltas existentes
no meu país,
essa não é minha praia.

Prefiro falar de amor
usar amor em meu tema,
descobrir além Dele onde está
o amor gêmeo, companheiro...
o amor que luta por amor,
aquele que aromatiza
cura e purifica,
se da por inteiro.

Também não quero falar
da materialidade das pessoas
que  justificam erros,
banalizam a arte da vida...
Eu quero um tema limpo
como é o azul do céu,
untar minha inspiração
do suco das folhas da videira
e que de mim nasça o fruto
de um poema que descreva
a alma inteira.

Quero sim lavar tristezas

ser enfim tua herdeira!

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