4 de janeiro de 2014

MISTURA DE DORES
                          Suzette Rizzo


Qual palavra,
fortificará meus ouvidos cansados
de tantas mentiras?
De quem, o calor capaz de abraçar
a minha fragilidade
e restaurar o quebrado da minha essência?
E tive, sim, um escudo... forte como aço,
invencível em qualquer batalha.

Derreteu-se, no fogaréu das más ações...
Fugiu na água jorrada lá do meu fundo!

Estão desfeitas todas as coisas vagas
e aquelas concretas,
que eu via através da vidraça
e de dentro da redoma,
geradora de sonhos paradisíacos,
que então, transformaram-se em bruxaria,
e mais tarde implodiu no peito
como bolhas de asma!

Ah, os sonhos!
Derramando maças vermelhas
pelo meu caminho!
Jamais retornarão ou povoarão
o interior angustiado...
nunca mais, daquelas delicias...
Porque a raiz da minha macieira,
foi arrancada,
o furor do vento quebrou-me as asas,
uma águia deglutiu-me a fala...
Para que eu não possa conquistar espaços,
nem gritar socorro,
neste silêncio que eu faço!
Suzette Rizzo


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