Agora intocável, invisível,
meu poema irresistível.
O sol queima mas não entra na sala
nem senta no sofá...
não deita comigo na cama,
nem agita o meu verão.
Meu poema não mais rima
amor com dor,
nem mais causa excitação.
Meu poema carcomeu-se
sob a grama
e simplesmente desfez-se.
Há tempos não mais tem
o carisma dos olhos verdes.
(Para Milton Moraes, falecido aos 37 anos em 2001)
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