24 de outubro de 2017

Noite fatigada - Suzette Rizzo



Abandono o pensamento na imensidão da noite
e, assim, entregue,
percorro os olhos por estrelas diminutas,
procurando não sei quê...
Talvez um eclipse descuidado não registrado,
quem sabe um vulto perdido,
uma estrela cadente,
uma lua pintada de vermelho,
descendo pela alvorada
em disputa com o sol.

Não importa o que procure,
o importante é que encontre algo,
nesta madrugada louca de solidão.
O importante é que abandone
este pensar inoportuno nada solidário,
atrativo de almas noturnas penalizadas,
antecipando aos meus olhos,
qualquer mera emoção.
Carreguem eles pelos raios do luar
toda a minha melancolia.

E descubro num ponto qualquer ,
uma nuvem mais clara...
paro ali na diferença,
tentando saber atrás dela o que há.
Quem sabe um óvni ...
quem sabe o espírito da noite,
tentando passar poesia
a esta deserta alma
Nada vejo, mas sou capaz de imaginar.

E então, escrevo, apoiada na imaginação,
meus desencontrados pensamentos...
E consolada entre miragens que só eu vejo,
deito-me na cama...
janela semiaberta, perigo rondando a casa...
mas, que importa ?
Se sou a presa de sofredores,
alimento preferido de noites esfomeadas
da minha alma.

Eu só queria escapulir deste corpo,
acordar o sol,
fazer  mágica !
Suzette Rizzo -  *o2 2oo5*



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