9 de maio de 2017

Ansiedade

Ansiedade 
Suzette Rizzo

Certa ansiedade amarrota meus dias,
amortiza a poesia
e não quero mais
escrever trancos da vida,
insensatez de outro ser,
nenhuma nocividade ativa.

Contudo, não posso exterminar de vez
o pensamento que já não brota
como a nascente de um rio,
embora a alma não queira
turbulências imprevistas,
nem pavios acesos com carência afetiva.

Certa ansiedade
turva um pouco a vista
e dá nó de marinheiro,
unindo restos de inspiração
à paixão semi afogada
nos mares da vida.

Eu quero mesmo um final definitivo
nesse delito repetido
e nunca mais a ousada perturbação
apontando a esquina,
expondo a fraude no sorriso.




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