12 de julho de 2015

Envergadura



Envergadura
Suzette Rizzo


Quantas cores escuras
tem agora meus sentimentos
e quantos passos em terra árida
dei, dou...
nesta rotina de viver envergada
como um galho,
que o temporal quase quebrou.




O mundo aprontou-me ciladas
e a vida deslocada,
atirou da janela do último andar
esta alma inutilizada...
E não havia mais ninguém,
lá em baixo, na calçada. 

Desorientada, sufoquei-me,
nas cores sombrias...
Desiludida, não reparei
na estrada bifurcada
e nos vultos que perseguiam
meu vulto fantasma...

Falhei sempre...
E continuo sem mesclas de alegria
escrevendo ainda páginas e falhas,
sonhos que me desprezaram
e desprezam-me,
borrando dias e noites
de piche e lágrimas.  









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