18 de outubro de 2015

Noites... noites...

Noites...  noites....
Suzette Rizzo 


Ando pela casa
tentando dividir a solidão
com meus cães.
Desamasso a folha avulsa de caderno,
meio amassada
e volto para cama,
cavoucando ainda na alma um verso,
tentando boas lembranças
entre fases amargas e ânsias tantas.
Então, desfilam fisionomias caricatas
nas caras de ontem
e faço a mim mesma relatos
percorro atitudes tomadas...
Por fim, rabisco letras descuidadas,
certamente amanhã na lixeira.




Conservo somente a impressão
de sempre estar
num vazio vagão de trem
que saiu fora dos trilhos.
Faça o que fizer,
a solidão jamais se desprenderá 
do meu  umbigo




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