AFINS
Suzette Rizzo
Almas
afins,
pensamentos
afins,
sonhos
afins
e
éramos opostos.
No
comportamento,
no
estado de espírito,
seres
enfim contrários
e
de total afinidade.
Porque
calávamos para ouvir,
pensávamos
para responder
e
um acatava o outro;
quem
tinha razão tinha.
Sempre
cordatos, sensatos
companheiros,
sobretudo
verdadeiros.
Fomos
nossos troféus
bem
merecidos
Precisei
de ombro,
precisou
de colo
e
dois precisados unidos,
só
pode mesmo ter sido,
coisa
guiada pelos céus.
Porém,
de tão afins que éramos,
assim,
sem desavenças, pieguices,
ofensas,
segredos,
aquele
enredo perdeu a graça.
E
quando optamos pelo fim,
entendemos
sem
qualquer discussão,
apelos,
gritos.
Só
então, houve um desacordo
que
os olhos revelaram:
Choramos
escondidos...
um
do outro!
Suzette Rizzo
VÔO SOLO
Luiz Poeta ( SBACEM-RJ ) Luiz Gilberto de Barros
Às 12h e 10 min do dia 20 de julho de 2005,
especialmente para minha irmã de lirismo e sentimentos Suzette Rizzo
Um dia, quando os pássaros percebem
Que o ninho já não serve para dois,
O vôo é iminente, e eles seguem
Sozinhos - cada qual - rumo ao depois.
E experimentam novas sensações,
Prazeres disponíveis, fantasias;
Mas quando findam tantas emoções,
Descobrem faltar algo... a alma é vazia
Então, uma saudade previsível
Os joga em abismos solitários
Mostrando uma lembrança tão visível,
Na solidão dos seus itinerários...
Seus vôos sutis de pássaros carentes
De amor, de compreensão, de companhia
Os faz sobrevoar um tempo ausente
Repleto de instantes de alegria...
E esse sonho doce, repentino
Remete-os ao vôo compartilhado
Que fez da trajetória do destino,
Um rastro solitário... no passado.
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