30 de janeiro de 2015

24 horas de tristeza


24 horas de tristeza
Suzette Rizzo

Entristecida,
agora olhando o terreno
do fundo da casa sem mais mato,
os muros descascados,
pássaros sumidos
e sempre o vazio a meu redor.

Nem a lua surgiu, sequer uma estrela
em meu pedaço de céu...
Só terra vermelha
do feio barro porque choveu.
Minha visão vai longe,
aconchegada a saudade de quem morreu.


A mesma sensação,
a mesma agudeza,
gritando na alma cansada.
Nem mato enfeitando os olhos,
nem mais única abelha
beijando as florezinhas das 6 horas...
E em mim, somente o espaço
das dores do tempo afora..

O vizinho conta uma piada,
a família desata risadas...
falam juntos, todos eles...
Ali, não há segredos apenas risos.
Do meu lado, os cães nem fazem festa,
apenas silencio, olhos ardidos.

Alguém gritou na rua.
Algum menino jogador de bola...
algum namorado chamando seu par.
Meu grito é sempre interior,
ninguém me ouve chamar.

                                Suzette Rizzo

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