24 de dezembro de 2014

Ouvindo Hàmlid



Ouvindo Hàmlid
Suzette Rizzo

Juntava conchinhas beira mar,
molhava os pés nas ondiculas,
queimava os ombros,
doía, dormia...
Acordou moça, adulta, madura,
despreparada para a luta.
O céu estava lá no mesmo lugar,
a lua também


e as ondiculas para sempre
morrendo na praia.
Observava as conchinhas, poucas agora,
mas não mais se empolgava em pega-las...
O céu sim, tão alto, demais azul,
tão lindo o marinho,
salpicado de estrelinhas...
E a moça se encantava.
Dormiu hoje, amanhã...  
prosseguiu admirada das coisas celestes,
das coisas do mar.
Enfim, enxergou além
e sentiu tal prazer,
até notar o extasio destemperado...  
Permanece na redoma
e sobrevive solitária.




"Mesmo estando entre milhares de pessoas, essencialmente somos seres sós. Não devemos confundir os significados de solidão com solitude ou meditação, pois meditar é entrar em contato consigo mesmo e com o Criador de Todas as Coisas."
Hàmlid

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