AO LÉU
(Uma história real e muito triste
de alguém que amei demais!)
Suzette
Rizzo
O menino
de alma aflita, quis,
como todo
menino,
agarrar
tudo que tinha,
e de seu,
pensava ele,
só tinha a
vida.
Jamais
deixou transparecer tristezas,
pelo
contrário...
Sorria e
cantava madrugada afora,
escrevendo
nos papeis guardanapo
místicas
poesias,
cuja
dor expandia.
Mas, tão
bonito, meio louco...
ninguém o
entendia .
Não
expeliu revoltas,
e se assim
foi,
ninguém
soube, ninguém viu.
Era justo,
bom, amigo,
tinha no
olhar a ilusão infinita,
de ser
algo na vida,
ser o pai
que não permitiram...
E
adormecia, abraçado a lembrança
da
filhinha
que
sentira nos braços os poucos minutos
que
consentiram
quando comovido,
a conhecera.
Depois de
nós, seguiu infeliz,
abandonado,
solitário,
Entre
dores desde o berço
e, livre
como era, fez muita besteira.
Até que de
repente, me contaram,
no meio da
noite fria,
ouviu-se
agudo estampido.
E do seu
corpo ensangüentado,
escapou-lhe
a alma impulsiva...
rastejando
por tempo impreciso,
asas
feridas.
Suzette
Rizzo
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