9 de dezembro de 2014

Ao léu





AO LÉU
(Uma história real e muito triste
de alguém que amei demais!) 
Suzette Rizzo

O menino de alma aflita, quis,
como todo menino,
agarrar tudo que tinha,
e de seu, pensava ele,
só tinha a vida. 


Jamais deixou transparecer tristezas,
pelo contrário...
Sorria e cantava madrugada afora,
escrevendo nos papeis guardanapo
místicas poesias,
cuja dor expandia.
Mas, tão bonito, meio louco...
ninguém o entendia . 

Não expeliu revoltas,
e se assim foi,
ninguém soube, ninguém viu.
Era justo, bom, amigo,
tinha no olhar a ilusão infinita,
de ser algo na vida, 
ser o pai que não permitiram...

E adormecia, abraçado a lembrança
da filhinha
que sentira nos braços os poucos minutos
que consentiram
quando comovido, a conhecera.

Depois de nós, seguiu infeliz,
abandonado, solitário,
Entre dores desde o berço
e, livre como era, fez muita besteira.
Até que de repente, me contaram,
no meio da noite fria,
ouviu-se agudo estampido.
E do seu corpo ensangüentado,
escapou-lhe a alma impulsiva...


rastejando por tempo impreciso,
asas feridas.

Suzette Rizzo


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