16 de novembro de 2014

Relutância


Relutância
Suzette Rizzo

Reluto.
Não quero sonhar!
Apenas, dissipar a imagem
que desnorteia
e me leva a ter alucinações.

A luz acesa traz o delírio
e estrelas disformes
vão surgindo pelas frestas,
buraco da fechadura,
por baixo e por cima,
dos vãos da porta,
laterais das persianas da janela,
anunciando a chegada sem hora. 

Apago a luz
para que cesse esse anunciar
perturbador,
trazendo dobrada a saudade
e, a alma inundada em rancor.
Não posso dormir! 
Moras por traz destas pálpebras,
dentro da essência agitada,
em cada madrugada.

Reluto.
Entre viver outra noite assim,
ajeitar-me em teu corpo
ou expulsar-te da minha cama...
E durmo entorpecida,
deixando-me entregue ao sonho
que enlaça.

Renuncio sim
este sentir que me agarra!
E nada, nada que eu faça
jamais te levará do meu quarto,
desta casa,
do meu sonho, nem de mim.


Suzette Rizzo

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