Suzette Rizzo
Reluto.
Não quero sonhar!
Apenas, dissipar a
imagem 
que desnorteia
e me leva a
ter alucinações.
A luz acesa traz o
delírio 
e estrelas
disformes
vão surgindo pelas
frestas, 
buraco da
fechadura, 
por baixo e por
cima, 
dos vãos da
porta,
laterais das
persianas da janela,
anunciando
a chegada sem hora. 
Apago a luz 
para que cesse esse
anunciar
perturbador,
trazendo dobrada a saudade
e, a alma inundada
em rancor.
Não posso
dormir! 
Moras por traz
destas pálpebras,
dentro da essência
agitada,
em cada madrugada.
Reluto.
Entre viver outra
noite assim,
ajeitar-me em teu
corpo
ou expulsar-te da
minha cama...
E durmo
entorpecida,
deixando-me
entregue ao sonho
que enlaça.
Renuncio sim 
este sentir que me
agarra!
E nada, nada que eu
faça 
jamais te levará do
meu quarto, 
desta casa,
do meu sonho, nem
de mim.
Suzette Rizzo

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