3 de outubro de 2014

Para tecer sonhos



Para tecer sonhos
Suzette Rizzo
 
Nem amante ou candidata
apenas criatura vaga,
solitária, precisada de amor,
parceria, alma lavada.
Mas, a mulher só
seguiu seus próprios passos;
sem par, sem beijos, abraços.
Esperava por palavras,
somente palavras que soassem
bem aos ouvidos,
mas nenhuma cantava, encantava
ou sorria-lhe o interior
e quando faladas alarmavam
o coração desigual
nas questões de amor.
Era pra ser assim...
e cercada por insensibilidades
acomodou-se onde pode,
fixando o olhar além céu,
naquele que era um passado morto
oculto por muitos véus.
Alimentou-se de vestígios, farelos,
sombras, fantasmas...
Descreveu seu pensamento enigmático,
oposto, desgostoso,
inventando de si ectoplasmas
para tecer sonhos.

Nenhum comentário:

Postar um comentário