Rio
de lágrimas
Suzette
Rizzo
De
mim se subdivide
momentos
e deslizes
e
nada restaura as dores
destes
matizes
Aos
poucos,
desta
arvore que é parte do rio,
murcham
folhas,
quebram-se
os galhos,
morrem
raízes.
Neste
rio que sou
corre
poesia apodrecida
e
chora a essência persuadida
Sou
um rio que desemboca
no
oceano da nostalgia
e
vive das coisas vencidas.
De
mim, deságua a repugnância
de
atos forçados,
a
abundancia das coisas inalcançadas,
a
cabeça baixa,
a
sempre aceitação do assédio
nas
horas da enxurrada.
Meu
rio é composto de nomes
e
signos tumultuados
que
me afogam sem piedade
salgando-me de lágrimas.
Percorro
lento meu caminho
pertenço
ao reino mineral ainda...
Assim
me sinto porque escorro,
transbordo
e morro no escuro rio
desta
sina.
.
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