28 de abril de 2014


Mitos
Suzette Rizzo

Fantasias desembocam
no imenso oceano das emoções,
mas os frios das profundezas
variam nas estações.
Quanto aos desejos,
flutuam sob as águas,
mas afundam
e a cobiça se afoga desamparada:
isenta de salvação.



E as lendas então?
se desmistificam  e de repente
sobram só águas paradas.
Concorda o quanto é lindo apreciar
a perfeição de esculturas que se amam?
Mas a arte exagera,
amor é finito, vive apenas nas estatuas.

E é fato, o autor em seus textos
poetifica maravilhas,
embora omita verdades...  
A arte, não imita tanto a vida,
menos ainda, a vida imita a arte!

Almas se enganam, se estranham,
nem são tão sábias,
os cérebros afinal são tão insanos!
Se fossem os imos ajuizados
não se inspirariam
no falso e pobre humano.

Mentem todos os que
odeiam amorosas ligações
e se ligam afirmando
encontros casuais,
Cedo ou tarde se abrem
exibindo certezas...
Que tolos são os amores carnais!

Além disso, é sempre mito a eternidade
em qualquer tipo de relação.
Meu poeta morto sempre disse:
“Na vida, o que mais existe é drible
e uma seta apontando

esquinas contra mão”.

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