Desabafo (II)
Suzette
Rizzo
Sempre
o sofrimento rondando a alma
chamuscada,
desde
o começo da estrada.
Sempre
ele retornando outros
semelhantes,
infernais,
sempre
a magoa me atirando
a
frieza das calçadas invernais.
Canso-me
de esgotar lágrimas,
sentir
os olhos feridos
deixar-me
sorver
por
tal inundação de carências...
Já
me rasguei tanto, aceitando
o
que não devo aceitar.
E
para que não me rasguem
mutilo
a alma que aprisionada
não
tem como não se entregar.
Resvalo-me
em mais um ardil,
reabro
a mesma cicatriz,
submergida por este ciclone absurdo
até
as profundezas do infinito funil.
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