12 de março de 2014

Desabafo (II)
Suzette Rizzo

Sempre o sofrimento rondando a alma
chamuscada,
desde o começo da estrada.
Sempre ele retornando outros
semelhantes, infernais,
sempre a magoa me atirando
a frieza das calçadas invernais.
Canso-me de esgotar lágrimas,
sentir os olhos feridos
deixar-me sorver
por tal inundação de carências...
Já me rasguei tanto, aceitando
o que não devo aceitar.
E para que não me rasguem
mutilo a alma que aprisionada
não tem como não se entregar.
Resvalo-me em mais um ardil,
reabro a mesma cicatriz,
submergida  por este ciclone absurdo

até as profundezas do infinito funil. 

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