ALMA ISOLADA
Suzette Rizzo
Não tenho parada...
meus nervos parecem pular
e me agito assim trancada
a este isolado lugar.
Tenho chorado...
o que me resta é chorar...
Tenho rezado e pedido,
só me resta esperar.
Ai! Que aflição medonha!
labirinto encrencado, este meu,
ladeado de escuridão
e um único portão
que não consigo abrir.
Do outro lado a vida passa, aqui
não...
Do outro lado alguém nasce,
alguém se casa
e aqui ando morrendo,
morrendo mesmo, de solidão.
Vejo a sombra de mim,
apalpo restos de mim,
sinto-me rebotalho
e sei, nada resguardo
e nem me importa mais o fim.
Contudo, me agito...
Na verdade não quero isso.
Mas, que adianta esmurrar o
peito
se tudo esta feito?
Meu passado, meu destino,
meus fracassos e a incrível
covardia
que me fez joguete e alvo
do que sou por ironia.
E esta tensão, este pânico
todo,
de querer sem conseguir,
faz-me vida por um fio...
desalento totalizado
alma tremula de frio.
É vazio continuado,
nada mesmo a preencher meus
dias...
Somente nostalgia,
essa coisa
que impulsiona,
o eco da dor que judia.
Suzette Rizzo
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