POESIA DO
VAZIO
Suzette
Rizzo
Seria evitável acordar do sonho amargo
tão
desesperada,
se antes tivesse aberto os olhos.
Mas tua aura
ofuscava dourando a praça,
ao som daquela melodia...
e eu, tão
necessitada de alegrias e paixão,
dei-me ao sonho, no primeiro
dia.
Depois, meu caro, os dias passam,
os sentimentos
dão cria,
e o peito explode em ânsias malucas,
que nem Freud
explica.
Depois, é sempre tarde para o recuo,
sempre desastroso
o final,
sempre, em todo caso de amor,
invariavelmente
igual.
Não é simples como o desmanchar
a barra da
saia,
lavar os pratos do jantar...
não será nunca tão simples
aceitar o desamor
ou da noite para o dia desamar.
E
eu, como mulher igual as outras,
sedenta de um par,
encontrei o
pote de mel no teu arco-íris,
esperando ser feliz.
E
fui ! Inebriantemente entregue
às doçuras do começo...
e esse
começo ai, ai, sempre tão doce,
que diante àquela leveza, pensei comigo,
nem mereço.
Até que a sorte se perdeu
pelos
bueiros das coisas findas
e, até hoje,
tento exorcizar-te dos
meus anseios,
e não consigo... não consigo !
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VAZIO SEM POESIA
Lara
Cardoso
Elevaste meu ego
fizeste com que meu
coração acordasse
quase flutuasse
caindo...feito um
cego
Eu te amei, não nego
ainda te amo, confesso
e
quando tento deixar-te
vejo infundado meu progresso
mas refugo
meu cio
Ainda que ouse falar-te
quero fugir do teu
domínio
não é minha arte
estou em recesso
não quero mais
este desatino
procuro nos vãos
um total escrutínio
a
diluir de vez esta paixão
escondendo no vazio...
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