10 de janeiro de 2014


Rasputim
Suzette Rizzo



Há em mim sensações indefinidas,
um banquete farto de carências,
cujos penetras nem de longe
meus semelhantes,
chegam mansos, mascarados,
trazendo-me a brancura das
margaridas
e enlouquecem-me depois
multiplicadamente. 
 
Pareço hospede de um castelo
povoado de mistérios
em todos os aposentos...
Pareço-me ainda mais,
a uma célula em plena fuga,
prestes a ser engolida,
pelas surpresas macabras
da minha própria vida. 
 
São confusos os sentimentos...
acorrentam-me para que me perca
porem, não fuja, vença temores,
mas, esfomeada de vida
coma apimentadas dores
e, sedenta,
embriague-me de sonhos,
para amamentar a alma. 
 
E em meio a tanta desordem,
surge um anjo em andrajos,
pelo qual sinto ternura
e desejos de luxuria...
É mais forte a boa índole,
parecem sólidos os princípios morais,
porem, quase despenco do muro
direto aos seus restos mortais. 
 
Então, pobre de mim ,
como e bebo esperanças,
estufam-me...
alojo-as  na alma boba e não percebo ...
Há um ninho de seres vampirizados
disfarçados,
como  corvos agrupados,
de bocas e olhos arreganhados,
enfastiando-se das minhas lágrimas. 
 
E o anjo, finge pulverizar a mágoa
alojada em minhas costas,
afastando toda a dor.
Mas, em troca ,deseja tudo de mim
e não quer receber sobras...
Tarde demais percebo o engodo!
Esse anjo não é monge ou querubim...
fez teatro, estrago, enganou-me...
veio do umbral o Rasputim.
Suzette Rizzo

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