6 de junho de 2018

Absorção notívaga - Suzette Rizzo




Absorvo pensamentos,
emoções,
conhecimentos,
sinto o gosto de cada um
desses alimentos.
O estomago embrulha as vezes,
outras, a alma saboreia
acariciando-me de dengos.
Penso tanto
na mentalidade humana,
na selvajaria das condutas,
no arraigado das dúvidas
e consequências cotidianas...
Então, debruço-me no teclado,
buscando em minha clausura,
a ex fortaleza 
e lembranças da alma altruísta,
o que me faz um bem danado,
apesar de estar dorida.







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O amor brinca de tudo
De voar, inventar maravilhas,
buscar beijos escondidos nos sonhos,
entre as cores das ilusões,
nas entrelinhas e notas musicais.

O amor é um menino brincalhão
e nunca se sabe se esse guri
brinca de seduzir, faz teatro
ou se diverte travestido de estrela guia
imantando o alvo no olhar.

O amor é uma coisa boa e muito má.
Algo que também enjoa,
se perde nos dias do calendário,
vai pro lixo como papel picado
e as vezes permanece
com nariz enorme de palhaço.

Ah! O amor tem duas caras, dois tempos...
e projetos que despertam
vontades de tudo ou de nada.

O amor é uma bolha
que explode desejos
ou implode e nem deixa marcas.


Autora:Suzette Rizzo
Imagem by Vilgata

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Convite pra nascer de novo – Erasmo Carlos



Houve um tempo em que eu chorava quase todo dia
Dando linha a uma vida extremamente chata
Com a vontade disponível de não existir
Houve um tempo em que eu morava com minha tristeza
Era amigo e confidente das manhãs sem sol
Prisioneiro de mim mesmo, sem poder fugir
De repente o infinito de uma coisa boa
Começou devagarinho a orbitar em mim
Como num conto de fadas dos irmãos Grimm
Era um universo puro de uma pessoa
Que me viu um mundo morto portador de vida
Como um beija-flor perdido no próprio jardim

Era um momento claro de fazer saudade
Um encontro do destino com a felicidade
Formidáveis primaveras de estações sem dor
Parecia uma chance pra nascer de novo
Uma plenitude mansa que acendeu a chama
De incontáveis alegrias vindas do amor
Foi assim que eu mergulhei no mar daquele afeto
Esquecendo a fé sem rosto do meu peito inquieto
Vendo os seios sobre a mesa que jorravam mel
E ouvindo interjeições de sentimentos puros
Investi na sensações de emoções sem juros
E ganhei um universo pra chamar de céu

Parecia uma chance pra nascer de novo
Uma plenitude mansa que acendeu a chama
De incontáveis alegrias vindas do amor
Foi assim que eu mergulhei no mar daquele afeto
Esquecendo a fé sem rosto do meu peito inquieto
Vendo os seios sobre a mesa que jorravam mel
E ouvindo interjeições de sentimentos puros
Investi na sensações de emoções sem juros
E ganhei um universo pra chamar de céu

Ganhei um universo pra chamar de céu
Ganhei um universo pra chamar de céu
 

Pra chamar de céu

Pra chamar de céu
Ganhei um universo pra chamar de céu
Que jorrava mel




4 de junho de 2018

Creio – Suzette Rizzo



Comes a carne mas conheces
o sofrimento do animal?
Votas, mas conheces a história do teu pais?
És contra, mas sabes porque houve oposição?
Declamas preces, mas sabes acaso a quem?
Escolhes um caminho, não sabes a razão!

Bom, a criatura é e sempre será Maria
seguindo todas,
ou por semelhança escolherá seus iguais.
Mas sabes o que vem a ser um semelhante?
Sabes acaso o porquê das coisas?
Conheces mesmo o que há depois do muro?

Corra atrás e se informe o máximo possível,
antes de arrotar conhecimentos chulos.







Impedimentos - Suzette Rizzo






Congestionamento de emoções ruins
fazem fila
nesta noite sem ar.
Parece um degolamento,
separação da energia,
sei lá.
Imagino-me numa fileira de doentes
calcando as pedras
e todos esmagando as pétalas
que eu quis sonhar.




31 de maio de 2018

Pergaminho - Suzette Rizzo



Não sei quem deseja ser
quando corre ladeira abaixo 
com saltos de Chaplin...
Se saci ou querubim.
Não sei quem,
quando tira a camiseta
exibindo a tatuagem
nada wave,
sacudindo os cachos
como um jovem delinquente.
Não sei quem encarna 
quando escreve ou lê poemas
como antigos eloquentes.
Só sei o nome
desse peregrino
que desanda a minha vida
e tira-me dos trilhos.
Só sei, me apaixono 
por esses tolos 
ou não personagens
que me abraçam com carinho.
Não sei, não sei se desejado 
ou presente do acaso,
esse moço enrolado,
indecifrável pergaminho.
   
Suzette Rizzo 




28 de maio de 2018

Vontades desta segunda feira - Suzette Rizzo






Queria a mente limpa
e preguiça de pensar...
Meu passado atropelado
por um Feneme,
amores desbarrancados,
minhas vidas jogadas no entulho.
Queria um sono perdido no oásis,
num canto qualquer do mundo,
triturar velhos poemas,
recomeçar...
Ter talvez, outro anjo que soprasse
e melhor despertasse
meus versos pré natal.
Depois disso,
queria em mim um espírito mais ativo,
mais amante das coisas pueris,
enfim, mais egoísta, mais vivo...
Mas antes queria a mente limpa,
pelo menos uns tempos,
longe de mim qualquer fermento.
Nem mesmo pensar nas raspas
do destino purulento.



27 de maio de 2018

Reescrevendo - Suzette Rizzo



Reescreverei um a um meus versos,
desta vez melhor elucidados.
Não deixarei pensamentos
mesmo os amarrotados
voarem pelos muros do tempo.

Não dirão que vomito poemas
por passatempo.
Jamais dirão os desconhecidos,
nem mesmo os amigos
ou aqueles que me lembrem
que estas páginas mentem.

Subirei o alto do monte,
gritarei com desdém
a vida de ontem.
Mas entre estrelas guardarei
sonhos,
para que um dia, mesmo longe,
outra vez despontem.


Suspeitas - Suzette Rizzo





Queira ou não, sou um fantoche
incapaz de ser eu mesma.
Percebo a voz em meu ouvidos
ditando o tema da escrita,
a solução, o caminho...
Obedeço?
Nunca sei o que fazer,
só sei do lampejo!
Se anjos, se luzes sei não...
Carrego  as mesmas cruzes,
mergulho não sei porque
onde antes me afoguei.



15 de maio de 2018

*Sonhe* Steven Tyler - Dream On


Toda vez que me olho no espelho
Todas estas rugas no meu rosto aparecendo
O passado se foi
Passou como o crepúsculo à aurora
Não é assim?
Todo mundo tem suas dívidas na vida para pagar

Eu sei que ninguém sabe
De onde vem e para onde vai
Eu sei que é o pecado de todo mundo
É preciso perder para saber vencer

Metade da minha vida está escrita em páginas de livros
Vivi e aprendi dos tolos e dos sábios
Você sabe que é verdade
Todas as coisas que você faz
Voltam para você

Cante comigo
Cante pelo ano
Cante pelo riso e cante pelas lágrimas
Cante comigo
Mesmo se for apenas por hoje
Talvez amanhã o bom senhor te levará

Cante comigo
Cante pelo ano
Cante pelo riso e cante pelas lágrimas
Cante comigo
Mesmo se for apenas por hoje
Talvez amanhã o bom senhor te levará

Sonhe, sonhe, sonhe

Sonhe até que seu sonho se realize

Sonhe, sonhe, sonhe

E sonhe até que seu sonho se realize

Sonhe, sonhe, sonhe
Sonhe, sonhe, sonhe, sonhe

Cante comigo
Cante pelos anos
Cante pelo riso e cante pelas lágrimas
Cante comigo
Mesmo se for apenas por hoje
Talvez amanhã o bom senhor te levará

Cante comigo
Cante pelos anos
Cante pelo riso e cante pelas lágrimas
Cante comigo
Mesmo se for apenas por hoje
Talvez amanhã o bom senhor te levará





A sombra do vento - Carlos Ruiz Zafón





“Cada livro, cada volume que vês, tem alma. A alma de quem o escreveu e a alma dos que o leram e viveram e sonharam com ele. Cada vez que um livro muda de mãos, cada vez que alguém desliza o olhar por suas páginas, o seu espírito cresce e torna­-se forte!

Trecho do livro: A sombra do vento de Carlos Ruiz Zafón


12 de maio de 2018

10 de maio de 2018

Apontamento - Suzette Rizzo






Dureza,
relembrar a densidade do destino,
fixar o olhar num passado bravo comigo.
É preciso coragem, e,
interiormente possuir uma fortaleza
quase impraticável,
capaz de barrar dores e angustias,
para que elas não perfurem
o que resta da camada utópica.

Dureza
ter memória consciente,
verdadeira,
lógica,
acusadora inclusive de atitudes  
muitas vezes inconsequentes.

Dureza 
conhecer-me desse modo,
saber o xis das minhas questões
e exatamente onde se alojam nos outros,
atos, palavras delinquentes
momentos nada inocentes.

Dureza 
ressuscitar momentos duros,
vasculhar demolições,
ressentir emoções!

Suzette Rizzo - April 26, 2018